A Filarmônica de Barra de São Miguel é Centenária! (Parte 2)

Continuando o post "A filarmônica de Barra de São Miguel é centenária (Parte 1)" seguimos mais algumas pistas do início do século XX que nos deixam confortáveis em conjecturar que os sons harmoniosos de uma banda de música própria de Barra de São Miguel já ecoam há mais de cem anos pelas ruas desta cidade.

Hoje, recorremos mais uma vez ao casamento do Sr. Eduardo Ferreira e a Sra. Maria Melquíades Pedrosa, filha do Sr. Pedro Ferreira Pedrosa, que pode ser acessado aqui.

Observe o destaque na imagem:


Esta é uma preciosidade do fotógrafo Tertuliano Silva. Trata-se de publicação do Jornal Carioca “O Malho” na edição nº 374 de 13 de novembro de 1909. Na legenda, os redatores não deixam dúvidas que: "Uma afinada charanga, uniformizada de branco, abrilhantou o acto solemne". 

Os chapéus e formas de instrumentos são claramente da banda de Barra de São Miguel, fotografada no post 1 desta série: Observemos mais uma vez a imagem que o jornal "O Malho" publicou no mesmo ano de 1909, em 25 de dezembro:


Vem de longa data a paixão do cidadão barrense pela música instrumental. Aliando tal gosto com as condições econômicas locais nos primeiros anos do Século XX e a proliferação de Bandas filarmônicas na Região, podemos afirmar que a Banda de Barra de São Miguel foi fundada há mais de cem anos.

Eis mais algumas constatações: 

1 – No ano de 1903 a Filarmônica Dom Luiz de Brito, de Taquaritinga do Norte vem a convite da comissão de organização da Festa de São Miguel abrilhantar o evento, o que certamente pode ter despertado nos homens de posses locais o “desejo” de aqui também formar uma banda. Inclusive o próprio cidadão João Jorge Pereira Tejo fora o encarregado da festa naquele ano. Reportagem aqui.

2 - A Banda Dom Luiz de Brito, de Taquaritinga do Norte foi fundada em 1875, sob o comando do Padre Renovato Pereira Tejo, tio de João Jorge Pereira Tejo.

3 - O Sr. João Jorge Pereira Tejo é descrito na obra "Ramificações genealógicas do Cariri Paraibano" como um bacharel, músico e que também teria fundado a Filarmônica da cidade de Cabaceiras - PB, município ao qual pertencia a Vila da Barra de São Miguel.

4 - A família Tejo, que em Barra de São Miguel teve em Manoel Melquíades Pereira Tejo (Irmão do Pe. Renovato Pereira Tejo e pai de J.J. Pereira Tejo) o nome mais conhecido, foi bastante poderosa na região compreendida entre o Município de Cabaceiras-PB, incluindo a Barra, até o Município de Taquaritinga do Norte-PE, fundando nestas duas cidades suas bandas de música, o que nos leva a afirmar que também estariam envolvidos na formação da banda da Vila da Barra de São Miguel.

5 - A cidade de Santa Cruz do Capibaribe-PE, vizinha da Barra de São Miguel, se orgulha de sua Filarmônica, a Banda “Novo Século”, ter sido fundada em 04 de outubro 1900 com o apoio fundamental de um barrense: o "Capitão Pedrosa", que na Barra é conhecido como "Tenente Pedrosa", levando inclusive estes nomes diferentes em ruas nas duas cidades. Na realidade, trata-se do Sr. Pedro Ferreira Pedrosa, descrito como o pai da noiva na foto do casamento que abre este post, em 1909. Convenhamos, se o mesmo auxiliou a fundar uma Filarmônica na cidade vizinha, por que não o faria em Barra de São Miguel, onde era possuidor de inúmeras propriedades rurais?

6 – O que explicaria o hiato entre esta florescência cultural do início do Século XX até os anos 1960, quando se organizam mais uma vez os homens de posse locais para formar uma nova filarmônica São Miguel? Bem, esta e outras questões podem ser observadas pela ótica do declínio econômico local e das famílias que custeavam a banda, bem como o próprio êxodo dos músicos e até mesmo o falecimento dos pioneiros, tanto patrocinadores, quanto artistas. 

Muito ainda temos para conhecer deste tempo.

Os fatos mencionados não deixam dúvidas que houve sim uma filarmônica em Barra de São Miguel, que precisamente em 1909 já estava formada, com todos os requisitos básicos, como podemos observar nas imagens: Músicos, instrumentos, fardamento, estandarte e pelo menos uma apresentação conhecida, ou seja, no casamento da filha do Tenente Pedrosa.

Em breve publicaremos a continuação deste post com informações dos moradores barrenses acerca dos músicos desta banda pioneira.

Possuí alguma imagem deste período? Compartilhe conosco...

João Paulo França, 17 de maio de 2016.




FONTE:

Jornal O Malho”, de 13 de novembro de 1909 e 25 de dezembro de 1909.
 
MEDEIROS, Tarcizio Dinoá e Martinho Dinoá. Ramificações genealógicas do Cariri Paraibano. Brasília: CEGRAF, 1989. p. 148.

SILVA, Alencar Lopes da Silva. Sociedade Musical Novo Século - 110 anos de História contados em ATAS e RELATOS. Santa Cruz do Capibaribe - PE: s/e, 2010, p. 07. 

Site: https://gremiomusicaldomluizdebrito.wordpress.com/about/ 

Casamento na década de 1910 em Barra de São Miguel?

Uma bela imagem de um casamento na década de 1910 (?) realizado em Barra de São Miguel- PB. Agradecemos a colaboração da Sra. Ermira Maria de Fátima Pinto por nos ceder a fotografia que aqui reproduzimos, bem como por nos conceder entrevista no último dia 10 de maio de 2016. A mesma nasceu no ano de 1953, sendo filha da Sra. Josefa Gonçalves Pedrosa e do Sr. Biino.

Analisemos este instante social da então Vila da Barra de São Miguel-PB:


Segundo a Sra. Ermira de Fátima (Mira), trata-se de uma fotografia do casamento do Sr. Joaquim Quirino e a Sra. Sinhá Canejo. Na imagem está presente também o casal Ermira e Bibiano, bisavós da Sra. Mira. Vale destacar que o Sr. Biino, filho do Casal Ermira e Bibiano, veio ao mundo em 15 de setembro de 1920 e, neste ano da imagem, o mesmo ainda não era nascido, o que remete esta imagem para a década anterior.

A seguir, reproduzimos a fotografia com a numeração correspondente dos personagens conhecidos:


nº 01 - Sinhá Canejo (Noiva)
nº 02 - Joaquim Quirino (Noivo)
nº 03 - Ermira
nº 04 - Bibiano (José Quirino Irmão)

Infelizmente não temos o ano e o local exato da imagem, bem como o nome do fotógrafo. Continuamos a investigar. Tem mais algum detalhe? Será um prazer compartilhar neste espaço.

João Paulo França, 16 de maio de 2016.

FONTE:

Acervo particular e entrevista com a Sra. Ermira Maria de Fátima Pinto em 10 de maio de 2016.


O "Potira Esporte Clube" no Diário de Pernambuco de 1949

Domingo é dia de futebol em nossas memórias...aqui, encontramos os moradores da Vila de Barra de São Miguel colocando o pé na estrada para jogar na cidade pernambucana de Santa Maria do Cambucá, distante 47 Km da sede do Município. 

Observemos o Diário de Pernambuco de 29 de dezembro de 1949.

 
Na notícia lê-se:

FUTEBOL EM SANTA MARIA - Estão sendo programadas varias festividades para uma recepção, no dia 1º de janeiro próximo vindouro, ao "Potira Esporte Clube", da Vila de Barra de São Miguel, do vizinho municipio de Cabaceiras, Paraíba, na vila Cambucá, deste município. Para isto um caprichoso programa vem sendo distribuido, tendo por final um animado baile oferecido pela sociedade de Cambucá aos dignos visitantes.

Esta notícia, pequena, nos traz importantes pistas da "Vila da Barra de São Miguel" do fim da década de 1940 e início da década de 1950. Os amantes do futebol se preparavam para viajar para o hoje município pernambucano de Santa Maria do Cambucá e lá, além do futebol no primeiro dia do ano de 1950, os atletas participariam de um "animado baile" naquela vila. Provavelmente, a sociedade de Barra de São Miguel deve ter feito em data próxima a esta uma acolhida semelhante ao time de Santa Maria aqui na cidade.

Para finalizar, temos a informação que em Barra de São Miguel existiu em 1949 e 1950 o time do "Potira Esporte Clube". 

Tem imagens? Será uma alegria compartilhar neste espaço.

João Paulo França, 15 de maio de 2016.

Fonte:

Diário de Pernambuco de 29 de dezembro de 1949.

Andor de Santa Terezinha em Festa de São Miguel, nos anos 60 do século XX?

Um belo andor de Santa Terezinha empunhado por mulheres nos chama ao passado. Agradecendo a Sra. Tereza Maria da Silva (Tereza de Zé Lino) e sua filha Maria, que nos cederam estas imagens que nos mostra um pouco dos moradores da Barra de São Miguel dos anos 60 do século XX. 

Trata-se de arquivo particular e as informações que temos foram apresentadas pela própria Senhora Teresa que já conta com a idade de 92 anos. A mesma nos concedeu entrevista no último dia 08 de maio de 2016.

Vejamos esta bela imagem:

 
Um fato que nos chama a atenção é o andor estar sendo carregado por mulheres, o que não é tão comum na cidade. Segundo a memória da Sra. Teresa, confirmada por sua filha Maria, as pessoas que aparecem na foto são as seguintes, da esquerda para a direita:

A primeira, de cabelos ondulados, a Sra. Zuleuza Pedrosa; A segunda, de braços cruzados e cabelos curtos, a Sra.  Sônia, filha de José Pedrosa; a terceira, que só aparece parte do rosto, a senhora Tereza Mulato; a quarta, com véu branco, a Sra. Terezinha de "Deda"; as próximas, de óculos escuro, segurando o andor pelo lado esquerdo, a Sra. Lourdinha, e pelo lado direito a Sra. Maria, ambas filhas do Sr. Abílio Pedrosa.
O homem vizinho a direita da Sra. Mariquinha seria o Sr. Nassú. Os últimos conhecidos são o Sr. Nô Pinto, de paletó e corpo completo na imagem e o Sr. Manoel Agostinho, que aparece apenas parte do rosto por sobre o ombro esquerdo do Sr. Nô Pinto.

Segundo a Sra. Teresa Maria da Silva, trata-se de uma "Festa de São Miguel" e a imagem teria sido feita na "rua Nova", hoje, rua Francisco Pinto. A mesma não soube nos explicar o porque de haver um andor em homenagem a Santa Terezinha nesta procissão. Todavia, este não é um problema insanável de compreendermos, afinal, podemos conjecturar que esta imagem poderia estar sendo doada a igreja neste momento ou, poderia ser uma devoção particular ou, poderia ser uma promessa a ser "paga" neste ano, haja vista serem "irmãs a carregar o andor"... por hora não temos respostas.

A seguir, mais uma imagem, que seria do mesmo dia da anterior, e que nos serviu de base para afirmarmos se tratar de um evento dos anos 60 do século XX.


A Sra. Teresa reconhece com exatidão seu esposo na imagem, o Sr. Zé Lino, que segura pela mão um de seus filhos, no caso o Antônio Heleno, que nos confirma a informação e acrescenta ter nascido no ano de 1959. Pelo seu tamanho na imagem percebemos claramente se tratar de uma criança de menos de 10 anos de idade. Infelizmente não há uma datação exata na imagem, mas podemos fazer a conjectura de tratar-se de um evento entre 1963 e 1969*.

Quanto aos personagens a Sra. Teresa e sua filha reconhecem o padre Paulo Roberto, claramente jovem nesta foto. São conhecidas também:
A Sra. que segura uma criança no colo, como sendo a Sra. Zefinha de "Jonas" e sua vizinha a direita, a Sra. Rita de "Sevi". O Sr. de braços cruzados inteiro na imagem trata-se de Manoel "Grosso". Atrás, vemos parte do rosto do sacristão da igreja, o Sr. Antônio Bernardo. Há dúvidas se o Sr. de paletó com os braços para trás seria Silva "Máximo".

Tem alguma imagem que gostaria de compartilhar conosco? Será um prazer apresentar um pouco de sua história junto a história de Barra de São Miguel.

João Paulo França, 14 de maio de 2016.

FONTE:

Acervo particular e informações da Sra. Tereza Maria da Silva, sua filha Maria e seu filho Antônio Heleno.

* Segundo a Sra. Josy Santos, filha da Sra. Zefinha de "Jonas", a criança que é segura no colo seria a mesma, sendo que ela é do ano de 1964, o que nos deixa muito próximos de afirmar ser uma fotografia feita naquele ano. (Atualizado em 18/05/2016, às 17:38)

Escravidão em Barra de São Miguel?

Neste dia 13 de maio, o Brasil é marcado pela assinatura da Lei Áurea de 1888 que pôs fim oficialmente a escravidão no país. Aproveitamos a data para mostramos achados nos jornais do século XIX, em que o lugar da Barra de São Miguel- PB é citado junto à escravidão.

Este é um tema que merece muito mais pesquisas, afinal, uma espécie de “borracha” foi passada neste tipo de memória de forma que as novas gerações ao remeterem ao período da escravidão a vê como algo distante, não só temporalmente, mas também territorialmente. Todavia, pelos anúncios de escravos fugidos, podemos encontrar vestígios sobre a escravidão nestas terras.

Voltemos a um tempo onde a propaganda de escravos fugidos eram abertamente publicadas nos jornais do Período. Observemos a capa do "Jornal de Recife", em seu nº 277, de 02 de dezembro de 1869, e o aviso da página 8: 













O Texto diz: 

Desapareceu no dia 1º de Novembro do corrente anno, o escravo Vicente, moço, de bonita figura, bem preto, falla descançada e sempre com riso; este escravo foi vendido pelo Sr. Joaquim Bezerra de Souza Lima, morador na barra de S. Miguel, provincia da Parahiba, ao Sr. Capitão Joaquim Francisco Lavra, e este ao Sr. Tenente-Coronel José Rodrigues de Sena Santos. Roga-se a policia e aos capitães de campo, a apprehensão do dito escravo, pelo que serão bem recompensados, levando o á rua do Imperador n. 40, primeiro andar ou ao engenho Frexeiras.
Recife, 30 de Novembro de 1869.


O escravo Vicente marca seu nome no jornal, não com suas próprias mãos, já que este segmento social não tinha acesso a escrever suas próprias histórias, mas aqui está Vicente em confronto com as leis da época.
Vicente foi um cativo vendido por um "morador da barra de S. Miguel, provincia da Parahyba", o que nos leva a conjecturar que o mesmo pode ter: nascido? ou apenas morado? ou capturado por aqui? Ou nenhuma destas hipóteses, e o mesmo ser apenas uma propriedade inicial de um morador da Barra que o comprou e fez transação no próprio Recife, sem o mesmo ter vindo para esta região.

Não temos como fechar a questão, apenas informar que o mesmo fugiu no dia 01 de novembro de 1869 e esta noticia esteve presente nos jornais dos dias 02,09, 10 e 13 de dezembro. No dia 17 de dezembro temos um acréscimo com a redação da noticia ampliada, como podemos observar na imagem ao lado.

Temos mais fugas no engenho Frexeiras, de Propriedade do Tenente-Coronel José Rodrigues de Sena Santos, de onde já tinha fugido Vicente. São descritos Joaquim (comprado do Sr. Agostinho Leocacio Vieira, de Caruaru) e Francisco (comprado do Sr. Bernardino Soares da Silva, de Correntes - Garanhuns).

Esta notícia figurou no "Jornal de Recife" nos dias 17, 18, 20 e 23 de dezembro de 1869. Para onde teria ido Vicente? Voltou a Barra de São Miguel? Não temos respostas a princípio...

A seguir vamos encontrar outro escravo em rota de colisão com os poderes constituídos: trata-se do escravo José, que no Diário de Pernambuco de 14 de abril de 1881 aparece da seguinte forma:


O Texto diz:

Fugiu do engenho Pimentel, da Comarca do Cabo, o escravo José, preto, magro, ou secco do corpo, de altura mais que regular, pernas finas, pés um pouco apalhetados, pernas um tanto quanto cambêtas, pequena cicatriz na face esquerda, falta de dentes na frente, idade de 20 a 22 annos; ha 11 annos veio da Macahiba, do Rio Grande do Norte, foi dos herdeiros do finado João Martins, é muito ladino, diligente e trabalhador, conhece algumas comarcas do Sul desta provincia, e tinha muito desejo de ir para o sertão, já tem sido tangedor de gado: gratifica-se generosamente a quem leval-o ao referido engenho, ou no armazem de molhados de Oliveira & Irmãos, a rua direita: em Pedras de Fogo, ao collector Florentino Carneiro da Silva: na Barra de S. Miguel ou S. Cruz, ao Sr. capitão Pedro Ferreira Guimarães.

Temos aqui um escravo que não só sonhava com a liberdade, mas lutou pela mesma, com esta fuga. Observe a descrição detalhada de seus aspectos físicos e também até "psicológicos", afinal, José, jovem, "tinha muito desejo de ir para o sertão" e além de "diligente e trabalhador" era "ladino", ou seja, um "indivíduo que revela inteligência, vivacidade de espírito; esperto, cheio de manhas e astúcias; espertalhão", na definição formal do dicionário. Sua história chega até nós por mostrar que aqui poderia ser um ponto para sua entrega, caso capturado, no caso, "na Barra de S. Miguel ou S. Cruz, ao Sr. capitão Pedro Ferreira Guimarães".

Esta notícia foi repetida nos dias 18, 19, 21, 25, 26, 27 e 28 de abril de 1881, no mesmo Diário de Pernambuco. 

Apesar de ainda não encontramos uma fonte que trate diretamente do cotidiano de Barra de São Miguel - PB com a descrição da escravidão, percebe-se que esta não foi uma realidade que este lugar ficou alheio no século XIX, com moradores diretamente envolvidos na venda ou captura de escravos para os engenhos, principalmente pernambucanos.

João Paulo, 13 de maio de 2016.

 FONTE:

Diário de Pernambuco, ano LVII, nº 85, de 14 de abril de 1881.
Jornal de Recife, nº 277, p. 8, de 02 de dezembro de 1869.


Sr. David Ferreira e "A encomenda do bicho medonho"

Neste data nosso Portal lembra um grande sucesso local: o curta-metragem "A encomenda do bicho medonho", primeiro filme de André da Costa Pinto, que participou do projeto "Revelando os Brasis" em 2007.

As informações técnicas, são as que seguem:

A ENCOMENDA DO BICHO MEDONHO

http://projetoculturaltetemattos.blogspot.com.br

http://culturadigital.br























Ficha Técnica

Roteiro e Direção:  André da Costa Pinto
Produção: André da Costa Pinto
                  Aíla Samira
                  Águeda Cabral
                  Suzyane Lima
                  Marcelo Gonçalves
                  Marcela Campos
                  Irineu Gabriel
Elenco: Lucas Gabriel
Imagens: João Carlos Beltrão
Edição: Carlos Carvalho 
Trilha sonora Original: Marcelo Alves Barros, com participação do Coral São Miguel e Biu Toco Som: Aderaldo Júnior
David Ferreira é um desses tipos que despertam a admiração de quem tem a oportunidade de conhecer suas engenhocas intrigantes. Ainda menino, sonhou com “um bicho grande, feio e medonho” que o mandou construir a primeira das encomendas que receberia nos anos seguintes. A partir daí, vieram mais e mais tarefas, e David foi dando conta de todas.

Conheça Barra de São Miguel
:
Fundação: 1961 / Localização: Região de Borborema, no Cariri Paraibano, a 175km de João Pessoa / 5.235 habitantes / 595km².

A história da cidade começa na primeira metade do século 19. Quando ainda era um vilarejo, foi chamada de Barra de Ignácio Tavares; depois, Barra de São Miguel. Conta-se que, tempos depois, passou pelo local uma bela índia, e os moradores decidiram homenageá-la dando seu nome (Potira) ao povoado, que, mais tarde, voltou a ser Barra de São Miguel.


Texto disponível em: http://www.revelandoosbrasis.com.br/video/a-encomenda-do-bicho-medonho

Veja o vídeo aqui.












FONTE:

http://www.revelandoosbrasis.com.br/video/a-encomenda-do-bicho-medonho
http://projetoculturaltetemattos.blogspot.com.br
http://culturadigital.br

Barragem "Riacho do Bichinho" nos anos 50 do século XX

Encravada no cariri paraibano, Barra de São Miguel desde longas datas luta contra os efeitos da seca. Em breve trataremos da primeira barragem do Município, o "Açude Novo". Por hora, nos posicionemos sobre a parede da Barragem "Riacho do Bichinho" e olhemos para a direção sul:

Agradecemos as imagens desta postagem e outras que em breve publicaremos ao Sr. João Antônio Miranda Cabral (Joca) e família Cabral. 

Infelizmente não há registro da data precisa da imagem, todavia, nos é legada a informação que foi feita pelo Sr. José Irineu Cabral, o "Tio Zeca Cabral", que ao vir de Recife para Barra de São Miguel trazia o equipamento de fotografar. Ao lado, são conhecidos de início o Sr. João Cabral, o primeiro à direita (Irmão de "Zeca Cabral" e pai de "Joca Cabral") e a "criança" de costas trata-se de Iramar Cabral (sobrinho do Srs. João e Zeca Cabral). Esta imagem seguramente foi realizada ao longo dos anos 50 do século XX, em virtude da idade aproximada da "criança da foto", que nasceu em 1942 e, claramente percebe-se ter uma idade próxima aos 10 anos, o que levaria a imagem para algum tempo entre 1950 e 1955*.

Sobre a Barragem " Riacho do Bichinho" encontramos no Diário de Pernambuco de 01 de março de 1951 a seguinte matéria do Sr. Valfredo de Lisboa:

Há várias informações nesta reportagem acerca do 21 de janeiro de 1951, data da inauguração oficial do Açude, que o vemos com uma de suas primeiras "tomadas d'água" na imagem primeira. 
Destaque-se a capacidade de 2.583.000 m³ de capacidade da barragem, que custou aos "cofres da nação" Cr$ 600.000,00, oriundos do DNOCS e do Governo do Estado.

O Prefeito do Município de Cabaceiras, a qual a Vila de Barra de São Miguel ainda pertencia era o Sr. Abílio Pedrosa. Percebe-se que foi um dia de grande movimentação na pequena vila com "carros oficiais e não oficiais". Houve missa festiva celebrada pelo Cônego Bandeira Pequeno e a inauguração começou as 17:00 horas.

A reportagem nos mostra que pessoas oriundas de João Pessoa, Campina Grande, Cabaceiras, Santa Cruz, Taquaritinga e Vertentes vieram a Vila, o que pode nos dar pistas das redes de sociabilidades dos moradores locais. Observemos a vila ao fundo da próxima imagem:

Esta fotografia, feita no mesmo dia da anterior, trás mais uma vez os mesmos personagens conhecidos, ou seja, o Sr. João e Iremar Cabral. Destaque-se no canto superior, por cima da "parede" do açude, uma imagem da pequena Vila da Barra naqueles idos de 1950.
Voltando ao dia da inauguração, não podemos deixar passar despercebida a notícia de que "a noite, as festas populares e um excelente baile coroaram as solenidades".

Tem imagens da inauguração? Será um prazer compartilhar neste espaço.

João Paulo França, 10 de maio de 2016.

FONTE:

Diário de Pernambuco, de 01 de março de 1951.
Acervo e informações familiares de João Antônio Miranda Cabral.

*Atualizado às 13:47 do dia 11/05/2016.