Por Marcondes Pinto
Os mais jovens talvez não tenham ouvido
falar, mas Caboclo Justino foi uma grande figura do município. Tinha na alma a
veia cômica. Sujeito simples e de voz engraçada, vez por outra soltava suas
piadas ao vento (as populares “puleras”), principalmente quando era “provocado”
por amigos.
Caboclo estava sempre ali, pronto a fazer
dos acontecidos cotidianos um ensaio para suas piadas. De inteligência matuta,
estava pronto para dar suas ácidas e rápidas respostas às provocações de amigos
e daqueles que conviviam com ele, tinha sempre na ponta da língua um afiado
argumento para combater seus “provocadores”.
Terra fértil para contistas e cidadãos bem
humorados Barra de São Miguel sempre foi um celeiro de criatividade e de
pessoas que se diferenciam por sua receptividade e notório calor humano. Como é
satisfatório ir ao município e conversar nos bancos da praça (a salutar
conversa de meio fio), interagir com o cotidiano dos munícipes, participar de
suas emoções e passagens de vida. Talvez seja todo esse ambiente de
receptividade e interação que faz de nossa terra um caldeirão de alegria e
humanidade.
Caboclo marcou época e imortalizou-se nos
contos populares da cidade, sempre é lembrado através de estórias e conversas
de rua, que rememoram seu modo de vida cômico e brincalhão. É com imensa
alegria que registro aqui está singela retratação do grande e cômico cidadão
Caboclo Justino. Que Barra de São Miguel sempre mantenha em sua memória esta
figura excepcional.
Marcondes
Pinto é Advogado, especialista em Direito Público, Presidente da Comissão de
Direito Penal da OAB/Caruaru. Atua na Advocacia Criminal no estado de
Pernambuco. É filho de Barra de São Miguel.