• Todas as memorias do(a)"Carnaval":
  • 2021 - "Exposição Carnavalesca História, Arte e Cultura"

        A temida pandemia da SARS-COV-2, que desde o ano de 2020 tem influenciado na vida de todo o mundo, ceifando milhões vidas, ao mesmo tempo que tem obrigado às pessoas a se adaptarem a um "novo normal", em que o Poder Público e as instituições também são desafiadas a reverem protocolos e medidas de segurança, infelizmente não demonstra que esteja arrefecendo. Assim, também pelo ano de 2021 as festas e tradições populares, sejam nos grandes centros ou mesmo nas pequenas cidades a exemplo de Barra de São Miguel, continuam sem poder serem livremente realizadas. Neste cenário, como manter a memória coletiva e afetiva em relação a determinadas tradições locais, a exemplo do "Bloco do Boi" e do "Carnaval da Praça"?

        A solução encontrada, e a qual saudamos, em Barra de São Miguel foi a realização da singela "Exposição Carnavalesca História, Arte e Cultura". A seguir, destacamos algumas imagens do evento, como forma de enaltecer os carnavais que passaram, bem como marcar a forma como no ano de 2021 foi lembrada esta festa em Barra de São Miguel, Paraíba.

    Imagem 1 - Cartaz da Exposição

        Este foi o Cartaz de divulgação da exposição, que de início já nos traz fotografias e lembranças interessantes de ícones carnavalescos locais, a exemplo da Orquestra de Frevo Cariri, o Bloco do Boi e o "Papangu", terror da meninada quando passa pelas ruas.

    Imagem 2 - Coreto da Praça Ismael Mahon

        No Coreto, localizado no centro da Praça Ismael Mahon, o "Boi" e a "Burrinha" ficaram em destaque, junto de banners com imagens de carnavais antigos. Nos pilares, as belas máscaras gigantes também fizeram parte da exposição. Vejamos:

    Imagem 3 - Máscara Gigante

        Entre as belas máscaras existentes no ambiente da exposição, esta  nos chamou atenção em virtude de sua pintura que traz em destaque as cores e formas da bandeira de Barra de São Miguel. A seguir, mais um registro:

    Imagem 4 - Imagem de carnaval antigo

        Entre as dezenas de imagens disponíveis no evento, destacamos esta em que os foliões se divertem em algum carnaval do passado de Barra de São Miguel. Entre os presentes, destacamos o conhecido artista local Lúcio Moura. A seguir, um registro de banner de um dos anos em que o Bloco da "saudade" ocupou às ruas da cidade:

    Imagem 5 - Banner da Exposição

    Por fim, trazemos o vídeo institucional da Prefeitura de Barra de São Miguel, com visão geral da exposição, bem como um pouco de nossa fala saudando o evento: “É importante essa exposição porque traz de maneira segura as pessoas até o coração de Barra de São Miguel, a praça, recordando assim os antigos carnavais.”

        Parabéns à Prefeitura de Barra de São Miguel, em especial ao Departamento de Cultura, na pessoa do Diretor Bartô Pinto pela concepção e realização da exposição. Que nos próximos anos nossa população possa tomar conta das ruas da cidade e com alegria renovar as imagens e memórias dos nossos carnavais e tradições festivas.

    João Paulo França, 22 de fevereiro de 2021

    Zezé da Bomba (Série Biografias - 09)¹



    José Pinto, mais conhecido por “Zezé da Bomba” nasceu em Barra de São Miguel-PB, em 02 de maio de 1926. Seus pais eram João Aureliano de Farias e Severina Maria da Conceição. Tinha 08 irmãos: Zequinha, Zezinho, Nozinho, Otacílio, Sebastiana, Cecí, Geni e Dalva. Estudou pouco, pois não havia escola institucionalizada na época. Ainda jovem mudou-se para cidade de Recife e lá vendia carvão, galinha de capoeira e carne de bode, levados daqui para lá. Casou-se aqui em Barra com Sevi Pinto e construíram família. Tiveram juntos sete filhos: Terezilma, Temilson, Temistócles, Telma, Tarcísio, Tenilsa e Miguel. 
    Durante algum tempo já casado, continuou a negociar em Recife, levando as mesmas mercadorias para vender e ter o sustento da família. Com alma de negociante comprou a patente de vender gasolina ao Sr. João Pinto e ganhou o apelido de Zezé da Bomba pelo crescimento do seu negócio. Inicialmente vendia o produto em tambores de lata, mas com a continuidade instalou em sua calçada duas bombas: uma para óleo diesel e outra para gasolina. Até os anos 2 mil era assim a venda dos produtos na cidade. 
    Mas não era simplesmente um comerciante, também era um carnavalesco muito empolgado. Ao lado de Otacílio, seu irmão, era animador e organizador dos blocos de carnaval. Amava cantar e pular frevo, sua música preferida era “Quero ver carvão queimar” que cantava e puxava os blocos com muita felicidade. 
    Ficou viúvo em 1987 e alguns anos depois casou-se pela segunda vez com Socorro Silva. Do segundo casamento teve três filhos: Taís, Tayane e Thyago. Foi um homem muito íntegro, honesto, brincalhão, que lutou pelo sustento de sua família com braveza e se tornou muito respeitado por todos da cidade. Ainda criou o bordão “Deixe não prestar” repetido por muitos. 
    Faleceu em 31 de março de 2014, acometido pelo mal de alzheimer.


    Fonte: Socorro (viúva), Terezilma (filha) e Mira (amiga).
    Pesquisadores: Kildare Silva, José Ricardo e Fabrício da Silva (EEMT).


    1 - Esta Biografia e as demais desta série foram produzidas pela Secretaria Municipal de Educação de Barra de São Miguel para a V FLIBARRA - Festival Literário de Barra de São Miguel - realizada entre os dias 17, 18 e 19 de maio de 2018. Agradecemos a Sanção Lins que gentilmente nos cedeu as pesquisas apresentadas no evento.

    Folia em Barra de São Miguel!

    Já está no ar o 2º vídeo de nosso canal no Youtube. Mate sua saudade de momentos de folia em Barra de São Miguel, com este vídeo produzido por nossa equipe!


    Se inscreva no Canal do Portal de Memórias de Barra de São Miguel-PB no link:

    João Paulo França, 23 de julho de 2018.

    É carnaval em Barra de São Miguel-PB !!!


    "Ó abre alas, que eu quero passar, eu sou da lira não posso negar" (Chiquinha Gonzaga - 1889) .... "Oh jardineira, por que estás tão triste... mas o que foi que te aconteceu? (Benedito Lacerda e Humberto Porto - 1939) ... "Bandeira branca, amor, não posso mais, pela saudade, que me invade eu peço paz" (Max Nunes e Laércio Alves - 1970) ... músicas de tempos e carnavais diferentes que dezenas de gerações entoam pelo Brasil, e que não é diferente em Barra de São Miguel - PB. 
    Ao longo dos anos, no período carnavalesco, de diferentes formas os barrenses se encontram e se confraternizam. Vejamos uma bela imagem de um grupo local, pousados para a fotografia próximos à instrumentos musicais de orquestra:

    Fotografia 1 - Grupo em imagem panorâmica
    Para melhor visualizarmos os animados foliões, ampliamos a imagem em duas direções, iniciemos pelo lado esquerdo:

    Ampliação do lado esquerdo da fotografia 1
    Nesta imagem vemos inicialmente o Sr. Otacilio (primeiro homem sem camisa à esquerda), conhecido folião local. Ao lado do mesmo está a Sra. Zuleuza e o Sr. Pedrosinha, seu esposo. Por fim, vejamos os detalhes dos foliões do lado direito da fotografia 1:

    Ampliação do lado direito da fotografia 1
    Com certeza, diferentes personalidades locais estão presentes nesta bela imagem. Nos auxilie a identificá-las. Entre os foliões, vemos o Sr. Pedrinho Pedrosa e sua esposa.

    Como nosso site sempre busca registrar as histórias locais e sua relação com os acontecimentos gerais, segue um breve resumo acerca da história do carnaval, escrita por  Anísio Renato de Andrade:

    O Carnaval: sua origem e significado

    A origem do Carnaval é um pouco obscura. Há quem afirme que a mesma esteja relacionada às homenagens à deusa Ísis no Egito, por volta do ano 4000 a.C. Porém, é mais concreta a ligação com as festas gregas ao deus Dionísio em 600 a.C. e às festas romanas ao deus Baco (deus do vinho), chamadas bacanais. Eram festas pagãs, incluindo orgias que se faziam em homenagem aos deuses como agradecimento pelas colheitas. Eram realizadas procissões que, com o tempo, se transformaram nos desfiles que conhecemos.


    ORIGEM   

    No ano 590 d.C., o papa Gregório incorporou o Carnaval ao calendário das festas cristãs. Sabendo que a Quaresma é um período de quarenta dias de jejum e santificação entre a quarta-feira de cinzas e a páscoa, o Carnaval foi oficializado como uma festa que se realiza antes da Quaresma. Devido ao fato de que, no período seguinte, o católico não poderia comer carne, tudo seria consumido nos dias antecedentes, mesmo porque não existiam geladeiras para que pudessem guardá-la. Então, era uma espécie de “despedida da carne”. Em latim, a festa era chamada “carne vale”, que significa “adeus à carne”.

    As pessoas comiam carne até vomitar e bebiam até cair. Antes da santificação da Quaresma, as pessoas se entregavam também à liberação geral dos costumes, cometendo todo tipo de pecados, principalmente sexuais.

    Na Quarta-Feira de Cinzas, os fiéis iam à igreja católica (e muitos ainda vão) para receberem um pouco de cinza na testa, enquanto ouviam o padre dizer em latim: “Memento homo, quia pulvis es, et in pulverem reverteris”  (Lembra-te homem, que tu és pó e ao pó voltarás).



    MODIFICAÇÕES E DIVERSIDADE – Influências italianas e francesas

    Com o passar do tempo, o Carnaval foi modificado e incrementado por contribuições de vários países, principalmente da Itália e da França. Jogos, brincadeiras, músicas, danças, fantasias, uso de máscaras e carros alegóricos foram acrescentados à festa.  Na idade média surgiu o costume da inversão de papéis sociais durante o Carnaval. Os nobres se vestiam de pobres e os pobres se vestiam de ricos. Entre os pobres era eleito um rei, que seria morto ao final dos festejos. Assim surgiu o rei momo.  Entre as inversões do período, muitos homens se vestiam de mulheres.


    O ESTRUDO

    Em Portugal, a festa recebeu o nome de estrudo. Essa palavra vem da denominação de bonecos gigantes. Durante o estrudo, as pessoas com boa condição financeira jogavam água com perfume umas nas outras. Os mais pobres jogavam água suja, urina, água com fezes, ovos podres, laranjas podres, restos de comida, etc. Com o passar do tempo, tornou-se comum a ocorrência de violência sexual durante aqueles dias.


    CARNAVAL NO BRASIL

    Os portugueses trouxeram o Carnaval para o Brasil no século 16. Aqui, os festejos foram incrementados com o samba, o frevo, o maracatu e, recentemente, com o axé e o funk.  Embora não seja uma festa originalmente brasileira, o Brasil o abraçou e o adotou de tal forma, que hoje é conhecido como “o país do Carnaval”. A festa tornou-se uma das principais atrações turísticas da nação, movimentando uma indústria milionária todos os anos.

    Sigamos brincando e construindo novas histórias de carnavais, sem perder nossas raízes culturais e históricas.
    João Paulo França, 09 de fevereiro de 2018

    Fonte:

    Acervo e informações de José Clemilton Truta 
    Site: lagoinha.com. "Carnaval: sua origem e significado". Disponível em: http://www.lagoinha.com/ibl-vida-crista/o-carnaval-sua-origem-e-significado/ . Acesso em 09 de fevereiro de 2018.
    Site: toda materia.com. "Chiquinha Gonzaga". Disponível em: https://www.todamateria.com.br/chiquinha-gonzaga/. Acesso em 09 de fevereiro de 2018
    Site: Glaydson Lammarck" A história de uma mulher e sua Bandeira branca ( Dalva de Oliveira)". Disponível em: http://glaydsonlammarck.blogspot.com.br/2011/05/historia-de-uma-mulher-e-sua-bandeira.html. Acesso em 09 de fevereiro de 2018.
    Site: GGN. "A autoria de Jardineira. Disponível em: tps://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/a-autoria-de-a-jardineira. Acesso em 09 de fevereiro de 2018.