Bandas Marciais da CNEC de Barra de São Miguel em 1986 e 1987

Agradecendo a colaboração pelas imagens do amigo Ferreira Neto, ex-aluno da CNEC de Barra de São Miguel, publicamos hoje em nosso portal duas belas fotografias que nos remetem as bandas marciais que foram formadas pelo Sr. José Raimundo Ferreira nos anos de 1986 e 1987, segundo descrição do próprio Ferreira Neto.

Iniciemos pelo ano de 1987. Analisemos esta imagem:

Imagem 1 - Banda Marcial da CNEC em 1987
Seguindo a descrição de Ferreira Neto, temos as seguintes informações: 
"Francivaldo, Ubiratan, Ferreira Neto, Marcenô, Suely, Galego de Laércio, Adriana, Nene Gordo, Kika, Ubiraci, Nazildo, Soraia, Josefa Edna, Albanete, Sonja Mahon, Erinaldo, Liano, Elizângela, Instrutor Alves, Luizinho, Adelma, Ailza, Tôta, Hóstio, Edmilson, Lucicleide, Taciana, Marta, Luciano, Zé Arruda, Ivanildo, e Marcelo". Esta foi uma imagem gravada no 07 de setembro de 1987.

A seguir, uma imagem do ano anterior, 1986:
Imagem 2 - Banda Marcial da CNEC em 1986

Seguindo mais uma vez as informações de Ferreira Neto, temos: 


"Em pé; Nazildo (Zamô), Ferreira Neto, Marcelo de Liça, Elizangela, Zé de Davi, José Batista (Nene gordo), Tenilza de Zezé da Bomba, Josefa Edna, Alves (Instrutor da banda marcial), Luizinho de Lula do Clarinete, Taciana irmã de Zamô, Soraia de Araújo, Erinaldo de Catula, Ivanci Mahon , Luciano Arruda e Nanau irmão de Catula. Agachados: Edimilson de Chico Preto, Marcenô (Cenoura), Ubiratan (Rena), Marcelo de Dodó, Albanete, Marta, Galego de Laércio, Adriana, Zé Arruda, e Francivaldo (Denda)". Esta fotografia foi do 07 de setembro de 1986.

Em breve, trataremos mais das imagens e histórias da educação em Barra de São Miguel-PB.

João Paulo França, 08 de junho de 2016.


 Fonte:

Acervo e informações de Ferreira Neto, em 06 de junho de 2016. 

Memórias de uma escola impactante: uma História da Escola Cenecista de Barra de São Miguel - PB (Parte 2)


Por Luciana das Neves Costa¹

A partir dos levantamentos da pesquisa e das entrevistas realizadas com os sujeitos envolvidos na história da Escola Cenecista Thomaz de Aquino de Barra de São Miguel, cabe-nos analisar o discurso acerca da importância dessa instituição para a educação do município.

A transmissão do conhecimento por meio da narração oral e escrita, diz respeito ao método utilizado da pesquisa. Foram relatos de experiências vividas no dia a dia da rotina escolar pelo diretor da época José Raimundo; pelo vice-diretor Adailton; pelas professoras D. Socorro e Marluce e pelos alunos D. Têca Mulato e Miguel Belé. Tive uma imensa alegria e prazer em ouvi-los, pois são narradores e agentes do próprio relato e de suas memórias ligadas a Escola Cenecista. 
Os entrevistados contribuíram com fontes documentais e visuais sobre a instituição. Assim, eles reconstroem a história da escola em Barra de São Miguel e a cultura escolar por ela produzida, por meio do significado que atribuem a eventos constitutivos de suas trajetórias pessoais ligadas a escola. 



Imagem 1 : Placa Alusiva a turma concluinte de 1985 (Fonte: Arquivo Pessoal do Ex-diretor José Raimundo Ferreira).

Miguel Belé (ex- aluno) relata que no ano de 1983, foram construídas novas salas de aula para o funcionamento do ensino médio que viria a ocorrer em 1984. No mesmo local que funcionava a Escola Cenecista Thomaz de Aquino, hoje é a Escola Municipal João Pinto da Silva da qual ele é o atual diretor.
“Fui da primeira turma do 2° grau, concluí meus estudos em 1986. Apesar de funcionarem no mesmo prédio, o ensino ginasial da Escola Cenecista e o 2° grau eram separados por uma cerca de arame farpado que foi apelidada de Muro de Berlim.” (Miguel Belé, ex-aluno, em 03/janeiro/2015).
O currículo da escola era dotado de normas já estabelecidas pelo Ministério da Educação. Isso mostra que o período da pesquisa (1967-1990), demonstra as normas pedagógicas, a grade curricular como um campo de forças, seja nos aspectos sociais, culturais, políticos, econômicos das escolhas efetivadas pelos agentes que interviram no processo escolar. Lembramos que a escola foi fundada e estruturada no regime militar (1964-1985), onde a ordem vigente era autoritária.
A partir da Lei n°5692/71, ao lado da Educação Moral e Cívica (EMC) e da Organização Social e Política Brasileira (OSPB), os Estudos Sociais esvaziaram, diluíram e despolitizaram os conteúdos de História e Geografia e, novamente, foram valorizados conteúdos e abordagens de um caráter de um nacionalismo ufanista, destinados a justificar o projeto nacional do governo militar após 1964.


Imagem 2 : Desfile do 7 de Setembro em 1985. Alunos e a professora Socorro (Fonte: Arquivo Pessoal do Ex-diretor José Raimundo Ferreira).
José Raimundo (ex-diretor) relembra que toda semana, os alunos se reuniam no pátio da escola para cantarem o Hino Nacional. Todos os entrevistados lembram com muito saudosismo as comemorações do desfile do 7 de setembro. Segundo ele:
“Era uma festa. A cidade parava para ver seus filhos e parentes desfilarem. Era muito organizado. Incentivava meus alunos a participarem com a farda da escola. Eles marchavam com muito respeito e atenção”.
O diretor com a ajuda dos pais e da comunidade criou a Banda Marcial da escola. Com a ajuda de amigos e colaboradores, comprou os primeiros instrumentos de surdo. Depois, com muito empenho foram comprando outros. Miguel Belé que participou da banda contou: “Tocava corneta e era uma alegria participar da Banda Marcial.”


Imagem 3 : Desfile do 7 de Setembro em 1985. Alunos e a o ex-diretor José Raimundo (Fonte: Arquivo Pessoal do Ex-diretor José Raimundo Ferreira).
O corpo docente da escola era formado por pessoas indicadas pelos prefeitos e diretores da época. A maioria dos professores não tinha formação pedagógica ou acadêmica, então recorriam aos alunos que tinham terminado o científico (atual ensino médio) em outras cidades ou que estavam cursando algum curso universitário. O diretor José Raimundo que ficou no cargo de 1977 a 1990, é bacharel em Direito e sem formação pedagógica, assumiu o desafio de administrar a escola e lecionar as disciplinas de OSPB, Moral e Cívica e Inglês. Como ele afirmou: “Para ensinar naquela época, precisava de uma carteira autorizada pelo Ministério da Educação.”
No ano de 1990, a Escola Cenecista Thomaz de Aquino foi desativada, por questões políticas locais. De maneira saudosa, José Raimundo relembra que foi muito triste ver o fim da escola, onde se dedicou por treze anos e que marcou a vida profissional e estudantil da comunidade barrense. Mas, que deixou sua semente na educação como a primeira escola de ensino fundamental II do município. E seu legado é perpetuado no ensino até os dias de hoje.

Clique aqui para ler o texto inicial memorias de uma escola impactante: uma História da Escola Cenecista de Barra de São Miguel-PB. (Parte 1)


1 - COSTA, Luciana das Neves. Memórias de uma Escola Impactante: uma história da Escola Cenecista de Barra de São Miguel-PB. Faculdade do Norte do Paraná (FACNORTE). Sarandi, 2015. Dissertação (Mestrado em Ciências da Educação e Multidisciplinaridade) 
2 - Adequação para o site - João Paulo França, 07 de junho de 2016.