1986 - 2018: Barra de São Miguel e sua história de sucesso nos Jogos Escolares Paraibanos.

O amor da população de Barra de São Miguel pelo esporte vem de longa data, em especial a partir dos campos de terra batida. Todavia, a partir da década de 1980 novas modalidades esportivas foram acrescentadas na educação física escolar e passaram a fazer parte do cotidiano local.
Atuando no município de Barra de São Miguel desde agosto de 1986, o professor Geraldo Mazelo Galdino Campos foi o pioneiro nesta transformação e, após a década de 1990, com a inauguração da Quadra de Esportes José Benjamim, o mesmo formou diversas gerações de amantes do esporte na cidade. Neste ano de 2018, o "professor Geraldo", como é carinhosamente conhecido pelos estudantes e moradores, mais uma vez eleva o nome do esporte escolar local e coloca a Escola Municipal João Pinto da Silva (EMJPS) na 1ª posição entre as escolas públicas nos jogos escolares paraibanos da 3ª Região de Ensino. É um pouco desta trajetória que apresentamos a seguir:

Imagem 1 - Estudantes da EMJPS nos Jogos Paraibanos 2018 -Etapa Final em Campina Grande
Neste ano de 2018, os Jogos Escolares Paraibano contaram com a presença de 128 escolas das diferentes redes da 3ª Região de Ensino (municipais, estaduais e particulares). A primeira fase da competição foi setorizada, com os campeões locais disputando a etapa final na cidade de Campina Grande. Nos diz o professor Geraldo que a Escola Municipal João Pinto da Silva de Barra de São Miguel disputou a primeira fase dos jogos na cidade de Cabaceiras, no mês de maio.  Na ocasião, a equipe barrense não tomou conhecimento de seus adversários e aplicou históricas goleadas: no primeiro jogo, contra estudantes de Cabaceiras o resultado foi 7x1. Contra os alunos de Boqueirão o placar foi 7x0. No terceiro jogo, contra estudantes de Barra de Santana, o placar foi 12x0. Encerrando a primeira fase e confirmando o primeiro lugar na etapa, os meninos de Barra de São Miguel venceram Caturité por 11x1.

Imagem 2 - Estudantes da EMJPS nos Jogos Escolares Paraibano 2018 -Etapa Inicial em Cabaceiras
Com a classificação na etapa inicial garantida, os alunos da escola João Pinto da Silva voltaram sua atenção para a etapa final, realizada ao longo da semana de 04 a 08 de junho na cidade de Campina Grande. Mais uma vez excelentes resultados foram alcançados.
No primeiro confronto, os estudantes barrenses venceram a escola particular campinense Carmela Veloso pelo placar de 4x1. No segundo jogo, mais uma vitória, desta feita contra a escola particular Petrônio Figueiredo, por 1x0. Tais resultados credenciaram a escola João Pinto da Silva para a disputa das semifinais, onde foram derrotados pela escola particular Motiva de Campina Grande, por 3x0. Tendo em vista que na outra semifinal a escola pública Estadual da Liberdade perdeu de goleada para outra escola particular, os meninos do João Pinto da Silva podem ser consagrados como a melhor escola pública dos Jogos Paraibanos de 2018 na 3ª Região de Ensino.

Imagem 3 - Década de 1990. Estudantes da EMJPS nos Jogos Escolares - Etapa Final em Campina Grande
Como mencionado, os resultados expressivos deste ano de 2018 são um belo resgate de uma história de sucesso nos Jogos Escolares Paraibanos. Na década de 1990 o professor Geraldo comandou em jogos muito disputados no ginásio "O Meninão", em Campina Grande, uma geração de atletas escolares que se tornaram vice-campeões na 3ª Região de Ensino, só perdendo na final por 4x3 para uma escola particular campinense, ou seja, os mesmos se tornaram na época a melhor escola pública em sua categoria.

Imagem 4 - Meninas da EMJPS nos Jogos Escolares de Barra de São Miguel
Ainda na década de 1990, as meninas de Barra de São Miguel sob o comando do professor Geraldo chegaram a semifinal dos jogos paraibanos em Campina Grande e ficaram em 3º lugar geral na categoria handebol da 3ª Região de Ensino.

Imagem 5 - Professor Geraldo e Hiago Truta
Na imagem 4 vemos a equipe de Handebol campeão dos jogos internos da Escola João Pinto da Silva no ano de 1992 e que foi base para a seleção que disputou a etapa de Campina Grande.
Parabenizamos as diferentes gerações de atletas escolares de Barra de São Miguel que com muito esforço construíram esta história. Em especial, lembramos o professor Geraldo que chega neste ano de 2018 aos 32 anos de exercício da profissão de educador físico nas diferentes escolas de Barra de São Miguel: ao mesmo o nosso agradecimento e felicitações pelas conquistas.

João Paulo França, 08 de junho de 2018


Fonte:

Imagens e informações do professor Geraldo Mazelo Galdino Campos.

1945 - Você iria a pé de Barra de São Miguel à Santa Cruz para assistir um comício? Dona Maria Moraes da Silva foi...

O ano é 1945 e o Brasil vivia dias de euforia e expectativa, afinal, após 15 anos de domínio de Getúlio Vargas os eleitores voltariam às urnas para escolher de maneira direta o presidente da nação. A campanha se espalhou pelo país e comícios eram realizados nos mais diferentes rincões. É neste cenário que encontramos no Diário de Pernambuco de 02 de outubro de 1945 a seguinte notícia, retratando a passagem do candidato da U.D.N., brigadeiro Eduardo Gomes, em um comício na então Vila de Santa Cruz: 

Adaptação com data e manchete da notícia acerca do Comício da U.D.N. em Santa Cruz - PE.
A seguir, vejamos a transcrição e a página inteira do Diário de Pernambuco onde consta a interessante notícia acerca do Comício da U.D.N. em Santa Cruz, então vila de Taquaritinga, que de certo modo nos mostra um pouco de personagens históricos locais, aponta a forma como eventos de natureza política eram organizados na década de 1940, além de nos informar melhor acerca desta longa tradição santacruzense de atrair para seu território lideranças políticas nacionais para campanhas eleitorais. Observemos:

Fez a viagem de 48 horas a pé para vir assistir ao comício do brigadeiro

Vibração do povo de Santa Cruz em torno da candidatura nacional – Recebida entusiasticamente a caravana da U.D.N.



Realizou-se, domingo, na Vila de Santa Cruz, município de Taquaretinga, um comício em prol da candidatura do brigadeiro Eduardo Gomes. Do Recife seguiu para aquela vila uma caravana da U.D.N. composta das senhoritas Aurora Borba, Aurianita Toledo, Palmira Lira e Angelina Gomes e dos srs. Miguel Vieira, Mario Lira, Laurenio Lima, Vinicius Lima, acadêmico Evaldo Inojosa e pré-universitário Antônio Lira Souza.

A caravana juntaram-se em Caruaru os srs. Jerônimo Heráclito Agamenon Lafaiete e Braz Bezerra. Na vila de Torre os caravaneiros foram recebidos por uma comissão composta dos srs. Luiz Alves da Silva, José Francisco Barbosa, Raimundo Aragão, João Ferreira França, Alfredo de Aragão, João Deodato de Barros, Misael Mahon, Renovato Curvelo, dr. Américo Arruda e Manoel Batista da Silva. A entrada da vila de Santa Cruz a população acorreu á praça principal enquanto os foguetes esturgiam no ar e a banda local tocava dobrados. Os visitantes foram recebidos com demorada salva de palmas e vivas ao brigadeiro Eduardo Gomes.

Após a recepção todos se dirigiram para a residência do sr. Luiz Alves da Silva, onde se realizou um almoço. As 14 e meia horas, num corêto armado na praça teve início o meeting que decorreu em um ambiente de vivo entusiasmo. Toda a rua estava repleta de pessoas que aplaudiam incessantemente os oradores e aclamavam o nome do brigadeiro Eduardo Gomes.

Em primeiro lugar falou o sr. Heleno Torres em nome do povo de Santa Cruz, para dar as boas vindas aos representantes da União Democrática Nacional. O orador exaltou a grande figura de Eduardo Gomes, lembrando a sua atitude de patriota sempre voltado ao bem do Brasil. Seguiu-se com a palavra o sr. Agamenon Lafaiete que recordou o descaso a que foi relegado todo o interior do Estado, tomando como símbolo a vila de Santa Cruz.

Destacou o sentido de resistência passiva dos santa-cruzenses até ante a mudança do nome da sua vila. Recordou depois o nome dum grande filho da terra, o cabo Otávio Aragão, que morreu combatendo na Itália contra os fascistas e agora repousa no cemitério de Pístola como um exemplo a seguir por todos os brasileiros.

Falaram em seguida os srs. Mario Lira, Laurenio Lima, acadêmico Evaldo Inojosa. Com a palavra a srta. Aurianita Toledo lembrou a obrigação da mulher pernambucana em cooperar na campanha de redemocratização do Brasil sufragando o nome de Eduardo Gomes nas eleições presidenciais a 2 de dezembro. Falaram ainda os srs. Vinicius Lima, o tenente Alcebíades Teixeira e o dr. Miguel Vieira que encerrou o comício.

Após o meeting os presentes realizaram uma visita á sede do comitê local da UDN onde foi aposto um grande cartaz com o retrato do brigadeiro Eduardo Gomes e ao mesmo tempo organizou-se a ala feminina da UDN que ficou assim constituída: presidente, sra. Petronila Aragão; vice-presidente, srta. Irací Barbosa; secretária, srta. Faustina Moraes; tesoureira, sra. Neuzinha Barros.

Enquanto se desenvolvia o comício o repórter do DIÁRIO procurou ouvir a opinião das pessoas que escutavam. Todos eram unânimes em assegurar a completa vitória do brigadeiro Eduardo Gomes na vila de Santa Cruz. A sra. Maria Morais da Silva contou que tinha ouvido falar na visita dos representantes da U.D.N. a Santa Cruz e resolveu imediatamente assistir ao comício, porém no sábado não conseguiu uma condução de Barra de São Miguel, onde mora até Santa Cruz. Mas isso não representou nenhum impecilho: resolveu fazer a viagem de 48 quilômetros a pé e ali estava firme com a sua fé no brigadeiro. 

No parágrafo final da reportagem destacamos a disposição da moradora de Barra de São Miguel, a sra. Maria Moraes da Silva que informou ao repórter do Diário de Pernambuco que fez a viagem a pé para Santa Cruz no intuito de participar daquele evento com o brigadeiro Eduardo Gomes. Nota-se que há uma certa inconsistência entre a chamada da matéria (Fez a viagem de 48 horas a pé...) e a informação do parágrafo final (resolveu fazer a viagem de 48 quilômetros a pé...). Como no início é mencionado que o comício foi no domingo e que a sra. Maria Morais da Silva não conseguiu condução no sábado (24 horas antes do evento), conjecturamos que na realidade a informação adequada seria a de que a sra. Maria fez uma caminhada de cerca de 48 quilômetros para assistir ao comício, o que não deixa de ser uma interessante demonstração de interesse pelo evento.

Por fim, vejamos como foram os resultados daquela eleição de 1945, no Brasil, na Paraíba e em Pernambuco:


Como podemos observar, o brigadeiro Eduardo Gomes venceu em apenas 3 estados, sendo a Paraíba um deles, no entanto, apesar da recepção calorosa na então vila de Santa Cruz, o mesmo foi derrotado em Pernambuco e a nível nacional pelo candidato Eurico Gaspar Dutra, que administraria o país de 1946 a 1951.

João Paulo França, 02 de junho de 2018.

Fonte:

Diário de Pernambuco, edição de 02 de outubro de 1945. 
Site: https://sites.google.com/site/atlaseleicoespresidenciais/eleio-de-1945 . Acesso em 02  de junho de 2018.

2018 - FLIBARRA - Terceiro dia do Festival Literário de Barra de São Miguel - PB

A V edição do FLIBARRA - Festival Literário de Barra de São Miguel - chegou ao seu último dia no sábado, 19 de maio de 2018. Foi um dia foi marcado por uma extensa e diversificada programação, como veremos a seguir.
Imagem 1 - Roda de Conversa
Na parte da manhã, foi realizada a roda de conversa "Revivendo a Nossa História" com a participação do sr. Antônio Congo, da Professora Teca Mulato e o sr. José Clemilton, sob a nossa mediação. Uma descontraída e interessante conversa que acabou por se tornar mais uma fonte de registro da memória local. Em seguida foi realizado o lançamento do Livro "Minimanual de Consultas Ortográficas" de autoria de Rosineide Maria Pereira. 
Ainda na parte da manhã foram ofertadas oficinas de danças na escola Municipal João Pinto da Silva.
Imagem 2 - Troca de experiências no CEMEC
A tarde contou com uma interessante troca de experiências acerca de eventos como a FLIBARRA, que aconteceu no CEMEC e contou com a participação de barrenses e visitantes, entre outros, da autora caririzeira Mirtes e do Cordelista Tiago Monteiro. Na quadra de eventos, o show da tarde ficou por conta do concerto da Filarmônica São Miguel, que mais uma vez encantou o público presente, formado por moradores locais e visitantes. 
Imagem 3 - Maestro Sergio Moura e a Filarmônica São Miguel
A extensa noite de atrações começou com a apresentação Cultural do Balé Folclórico Sisais de Pocinhos/PB. A companhia de danças populares Potyra de Barra de São Miguel também se fez presente e abrilhantou o evento com mais uma de suas performances. 
Imagem 4 - Entrega de Biografias e objetos aos diferentes homenageados
Após homenagear o sr. Orlando Silva na primeira noite e o artista Lúcio Moura na segunda noite, no sábado tivemos uma bela homenagem a professora Águeda Cabral (In memorian). Um dos momentos marcantes foi a entrega dos objetos particulares e biografias aos diversos homenageados que foram pesquisados pelos profissionais da educação local.
Imagem 5 - Show de Mamulengos
Como novidade do ano, tivemos o show de Mamulengo do Teatro Mamusebá de Caruaru - PE. Uma volta ao passado para os adultos e uma linda apresentação para as crianças. Ainda da capital do forró, se apresentou a Banda de Pífanos “Zé do Estado”.
O poeta Tiago Monteiro declamou poesias e “causos” junto com a cantoria dos repentistas Rogério Menezes e Raolino Silva. O V FLIBARRA se encerrou com o esperado Forró do Bardigão, já deixando saudades no público presente e o desejo que o Festival de 2019 possa contar com tamanha euforia da população de Barra de São Miguel-PB.

Imagem 6 - Cantadores de viola Rogério Menezes e Raolino Silva
Ao longo do evento o nosso Portal de Memórias de Barra de São Miguel se fez presente e constatou o capricho e o envolvimento da comunidade na organização do festival, bem como a alegria dos presentes e homenageados. 
Sigamos construindo esta história, destacando sempre a memória de nosso povo.

João Paulo França, 31 de maio de 2018.

Fonte:

Imagens de arquivo pessoal e Prefeitura de Barra de São Miguel.

2018 - FLIBARRA - Segundo dia do Festival Literário de Barra de São Miguel - PB

Na sexta-feira, dia 18 de maio de 2018, o V FLIBARRA contou com extensa programação histórica e cultural. Com o tema "construindo o futuro com as memórias de nosso povo", o festival procurou fazer um grande passeio pelas diferentes tradições de Barra de São Miguel ao longo do tempo. A seguir, registros deste dia:

Imagem 1 - Pastoril da Escola João Pinto da Silva
Um dos grandes destaques da sexta-feira foi a apresentação do Pastoril em homenagem à sra. Carminha Costa, formado por profissionais da Escola Municipal João Pinto da Silva. A descontração das pastoras e o envolvimento do público presente foram os pontos altos desta exibição. Já os estudantes da referida escola apresentaram um "sarau poético".

Imagem 2 - Emboladores Canário & Caboclo
Marcando a diversidade de apresentações, a noite da sexta-feira ainda contou com os emboladores da dupla Canário e Caboclo.

Imagem 3 - Apresentação da Escola Municipal Manoel Severino Pereira
Entre as inúmeras homenagens e memórias de personagens de todo o município de Barra de São Miguel, destacamos a participação das turmas de Educação de Jovens e Adultos da Escola Manoel Severino Pereira, que lembrou por meio de versos e música o morador da comunidade sr. Cecílio João.
Os estudantes da Escola Estadual Melquíades Tejo apresentaram a "serenata à História da educação barrense" e os estudantes do Distrito de Floresta encenaram a peça "contando a História da educação em Floresta".
Imagem 4 - Stand com biografias e homenagens

Diversas homenagens foram realizadas no stands do V FLIBARRA. Objetos pessoais e breves biografias foram expostas, fazendo memória dos personagens pesquisados por professores e estudantes da rede municipal de ensino.
Imagem 5 - Obras expostas de Lúcio Moura
A noite da sexta-feira foi marcada ainda pela homenagem especial ao artista barrense Lúcio Moura ( in memerian). Vemos ao lado exemplares de sua obra que foram expostos em stand específico.
Por fim, destacamos o show de poesia com o poeta Luciano Neves e a apresentação musical com o maestro Rubinaldo Catanha & Fabiana, que encerrou a segunda noite do V FLIBARRA.

João Paulo França, 25 de maio de 2018.

Fonte:

Imagens de arquivo pessoal e Prefeitura de Barra de São Miguel.

2018 - FLIBARRA - Primeiro dia do Festival Literário de Barra de São Miguel - PB

Na sua 5ª Edição, a FLIBARRA homenageia artistas e personalidades de Barra de São Miguel - PB. Nesta quinta, dia 17 de maio a população local e visitantes vivenciaram momentos de intensa alegria, aprendizado e lembranças com as memórias e histórias de muitos moradores locais que auxiliaram a construir esta cidade tão acolhedora do cariri paraibano. A seguir, alguns registros do primeiro dia do festival que se estende com vasta programação até o sábado, dia 19 de maio.

Imagem 1 - Socorro Benjamim canta em homenagem ao seu pai, Manoel Benjamim
Um dos destaques da noite foram as inúmeras homenagens, como a que a sra. Socorro Benjamim prestou ao seu pai, Manoel Benjamim, cantando músicas que o mesmo apreciava e muito tocou animando os "forrós" e "sambas" da região.

Imagem 2 - Palestra com Pe. João Jorge Rictveld
Outro momento importante foi a presença do padre e pesquisador de histórias caririzeiras, Pe. João Jorge Rictveld, que fez um percurso por suas leituras e pesquisas das memórias locais, falando da passagem no século XIX de Pe. Ibiapina por Barra de São Miguel, além da importância do Mestre Luís, um construtor de igrejas no Cariri, a exemplo das matrizes de Serra Branca e Monteiro, também filho de Barra de São Miguel.

Imagem 3 - Peça teatral com crianças da educação de Barra de São Miguel
 Ao longo do dia foram realizadas diversas apresentações que contaram com a presença de estudantes das diferentes escolas do município, mostrando as pesquisas e trabalhos realizados com as memórias e histórias de Barra de São Miguel, a exemplo de uma das versões locais acerca da índia Potira, que de certo modo representa um pouco do encontro primitivo entre os nativos e colonizadores da terra.

Imagem 4 - Cenário de Bodegas Tradicionais de Barra de São Miguel
Um dos destaques do evento que os participantes podem visitar são os cenários montados que rememoram ambientes de encontro da população de Barra de São Miguel, a exemplo de uma Bodega tradicional, como as dos srs. João Pinto, Antônio Hostio e Ramiro Pinto, além do Hotel de Dona Maria de Zé de Santo, lugares de muitas histórias dos antigos moradores locais.

Imagem 5 - Cenário da sala de janta do Hotel de Dona Maria de Zé de Santo.
Uma cidade centenária como Barra de São Miguel com certeza possui muitos personagens e construtores de sua história. Com o tema deste ano a FLIBARRA rememora alguns de seus habitantes, o que certamente pode despertar a atenção e trazer a mente muitos outros moradores que permeiam a memória da população e devem ser lembrados em edições posteriores.
Como a temática envolve as memórias locais, nosso Portal apresenta aos seus leitores e amigos um pouco deste evento que contribuí para o fortalecimento dos vínculos afetivos das diferentes gerações com a cidade de Barra de São Miguel. Em breve mais detalhes do evento.

João Paulo França, 17 de maio de 2018.

Fonte:

Imagens de arquivo pessoal e Prefeitura de Barra de São Miguel.

Cândido Casteliano: Biografia escrita por José Silvio Gomes

Cândido Casteliano: a nomenclatura da avenida principal de Barra de São Miguel nos dias atuais, todavia, quem foi este personagem histórico? Qual sua ligação com a cidade? Em que época viveu? Qual ou quais os seus legados? Estas e outras questões podem ser respondidas a partir do texto biográfico produzido pelo pesquisador José Silvio Gomes, que se encontra exposto no Museu Municipal David Ferreira. A seguir, expomos imagens de Cândido Casteliano e sua residência em Barra de São Miguel:

Imagem 1 - Acervo do Museu Municipal David Ferreira

Vejamos a imagem e a transcrição do texto "Cândido Casteliano", escrito em 2005 por José Silvio Gomes:
 

CÂNDIDO CASTELIANO

Nasceu em 03 de outubro de 1875, no povoado de Barra de São Miguel, distrito de Cabaceiras, na então província da Paraíba era filho de Marçal Bezerra da Silva e Joaquina Maria de Jesus, mais conhecida por Tininha, eram seus irmãos, Joaquim Marçal, João Marçal, Mássimo Bezerra, Marcelino e Maria Joaquina da Conceição, também chamada de Mariazinha, esta se casou com Francisco Pinto da Silva, originando a família Pinto da Barra de São Miguel.
            Cândido se casou com Bazilissa, ela com 19 anos e ele com 20 anos, o casamento realizou-se na Capela de São Miguel, no ano de 1895.
            Cinco anos depois, no ano de 1900, nasceria um menino batizado com nome de Luiz e dois anos depois uma menina que a família chamava de Lalinha. Ambos nasceram na casa de residência do casal, a primeira casa construída no início da rua mais estreita, já que só havia uma única rua na vila da Barra de São Miguel, esta bastante larga. Atualmente é a primeira casa da rua Thomas de Aquino, situada em frente ao prédio da Prefeitura Municipal.
            Era o mais importante comerciante da vila e na sua loja anexa a casa residencial vendia fazendas (tecidos), miudezas (aviamentos), ferragens e outros bens de consumo da época. Exercia o cargo de delegado de polícia na vila de Barra de São Miguel, quando no dia 21 de maio de 1906, foi vítima do famigerado cangaceiro Antônio Silvino, que o manteve refém durante horas, com um punhal na sua garganta e estava decidido a sangrá-lo, mas a súplica, que de joelhos sua mãe fizera diante do cangaceiro o salvou a vida.
            Solicitou ao governo estadual uma força militar, mais bem equipada e com mais homens, capaz de perseguir e prender Antônio Silvino, mas não foi atendido.
            Desprestigiado pelo próprio governo ao qual servia, entregou o cargo de subdelegado e preocupado com a sua segurança pessoal, já que a diminuta força policial da vila não teria condição de conter um novo ataque dos cangaceiros. Neste mesmo ano de 1906, vendeu todos os seus bens imobiliários e em companhia da sua mulher e dos seus dois filhos, deixou definitivamente a vila da Barra de São Miguel e foi morar na cidade de Patos. Do ponto de vista comercial foi uma decisão acertada, sobretudo pela posição geográfica magnífica desta cidade, sem igual no sertão da Paraíba. No período de 1909 a 1932, Patos passou de 173 para 1.110 casas, cresceu em média 8,42% ao ano, de todas as cidades da Paraíba, só Campina Grande teve crescimento semelhante, passou de 820 para 5.257 casas, cresceu 8,41% ao ano, enquanto a vila de Cabaceiras, passou de 95 para 155 casas, cresceu em média 2,15% ao ano.
            Bazilissa faleceu aos 37 anos de idade, na cidade de Patos, no ano de 1913, deixando órfãos os menores, Luiz com 13 anos e Lalinha com 11 anos e ele viúvo aos 38 anos de idade. Não sabemos de voltou a casar novamente.
            No ano de 1917 Luiz cursava o ensino médio na capital paraibana, também chamada Paraíba, sendo escolhido o melhor aluno entre os 334 do Colégio Diocesano Pio X, onde era um dos internos, foi laureado com a medalha do mérito escolar, que recebeu das mãos do presidente da Paraíba de então, Camilo de Holanda. Neste educandário foi colega de Firmino Leite, Oswaldo Trigueiro, Alcides carneiro e outros. Posteriormente foi estudar medicina no Rio de Janeiro, onde se formou no fim do ano de 1926, casou-se com Irma, uma portuguesa radicada no Brasil, tiveram filhos, morou e clinicou na cidade maravilhosa, onde morreu nos fins dos anos 80 do século passado, mas nunca esqueceu a casa onde nasceu e morou até os seis anos, a Capela de São Miguel e o cruzeiro da sua frente, este segundo Cândido era a obra de seu irmão Mássimo, o único marceneiro da Barra no fim do século XIX. As lembranças da sua terra querida, as quais traduziu em versos estão no livro Castelo de Ilusões, publicado no ano de 1971.
            Ainda em vida, Cândido teve a grande alegria de saber, que seu filho Luiz concluíra o curso de medicina, o primeiro da cidade de Patos, como também o primeiro filho da Barra a formar-se médico.
            Morreu na cidade de Patos, aos 57 anos de idade, no ano de 1932

Por: José Silvio Gomes, Santa Cruz do Capibaribe, 26 de setembro de 2005


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João Paulo França, 12 de maio de 2018.

Fonte:

Acervo do Museu Municipal David Ferreira. Texto "Cândido Casteliano" de José Silvio Gomes.