• Todas as memorias do(a)"Pedrosa":
  • 1964 - O Treze F.C. e a administração do dr. Sebastião Pedrosa, filho de Barra de São Miguel - PB.

    "Sebastião Pedrosa, seu atual presidente, homem de grande visão, sentiu que o clube não poderia continuar vivendo do prestígio de sua equipe de futebol e de glórias do passado": esta é uma das referências ao médico barrense, dr. Sebastião Pedrosa, que radicou-se em Campina Grande e durante certo período da década de 1960 foi presidente do Treze Futebol Clube, um dos maiores do Estado da Paraíba. 
    Nesta matéria do Diário de Pernambuco, de 22 de março de 1964, vejamos os planos deste "homem de grande visão" que à época lançava títulos patrimoniais do clube e apresentava para os torcedores alvinegros do "Galo da Borborema" os planos de construção de um "estádio de grande capacidade e dentro dos requisitos da arquitetura moderna", além da "construção da sede social, que terá de tudo para o deleite de seu corpo social: salão de jogos, salão de reunião, conferencias, auditório, "dancing", secretaria, tesouraria, diretoria; um estádio aquático, quadra de tênis e ginásium coberto, além de um "play-ground" para a criançada".

    Vejamos uma imagem desta obra e, a seguir, a matéria completa:


    A notícia completa:

    "Treze Sonha Com O Sucesso Lançando Campanha Para Construir A Maior Praça De Esporte Da Paraíba.
    O Treze, de Campina Grande, é uma das mais prestigiosas agremiações futebolísticas do nordeste brasileiro. Seus feitos são incalculáveis. Os campinenses, no entanto, desejam o clube numa amplitude maior, com maior patrimônio social e esportivo; e por essa razão, o famoso "Galo da Borborema" resolveu crescer. O plano é ousado, porém o arrojo da família alvi-negra da "Rainha da Borborema", característica do homem nordestino, transformará o clube numa potencia.

    Sebastião Pedrosa, seu atual presidente, homem de grande visão, sentiu que o clube não poderia continuar vivendo do prestígio de sua equipe de futebol e de glórias do passado. Outras modalidades esportivas e o campo social também deveriam ser conquistados pelo alvi-negro. A princípio, a ideia era uma miragem: agora já começa a transformar-se numa realidade. O lançamento dos títulos patrimoniais permitirá a realização do plano.

    HISTÓRIA

    A vida do Treze é uma vida de glórias, de conquistas, de vitórias. Seus feitos são por demais conhecidos do público brasileiro. Sua liderança no mundo futebolístico paraibano é uma realidade. Os trezianos vibraram, vibram e vibrarão com as conquistas do famoso "galo". O clube acompanhou paulatinamente o progresso e o desenvolvimento de Campina Grande. Sua história é quase a história da cidade centenária, pois a data de sua fundação é quase a data em que começou a arder na cidade a chama do desenvolvimento. Fundado a 7 de setembro de 1925, o Treze jamais parou em sua marcha para a conquista de vitórias. Cada ano, para o alvi-negro é um ano de triunfos. Campeão paraibano em 1939 - 40 - 41 - 42 - 44 e 50, e campeão de Campina Grande de 1925 - 26 - 27 - 28 - 40 - 41 - 42 - 43 - 45 - 47 - 48 - 49 - 52 - 56 - 57 - 58 e 59, decidiu agora, em 1964, tomar do Campinense Clube, seu competidor, o laurel.  E para conseguir tal feito, seus dirigentes não estão medindo sacrifícios. O que interessa ao clube é a volta da liderança futebolística da Paraíba, custe o que custar.

    PROJETO

    Instalado no bairro de São José, na zona urbana da cidade, o Treze domina uma área superior ao terreno do Náutico, e quase igual a do Esporte. Vive atualmente voltado para o futebol, e mesmo assim tem um quadro social superior a 1.200 associados. A Campanha dos títulos patrimoniais permitirá ao clube melhorar sua praça de esportes, dando a cidade um estádio de grande capacidade e dentro dos requisitos da arquitetura moderna. Os títulos patrimoniais permitirão, ainda, a construção da sede social, que terá de tudo para o deleite de seu corpo social: salão de jogos, salas de reunião, conferencias, auditório, "dancing", secretaria, tesouraria, diretoria; um estádio aquático, quadra de tênis e ginasium coberto, além de um "play-ground" para a criançada.

    OBRAS

    Muito embora somente no próximo mês seja lançada oficialmente a campanha dos títulos patrimoniais, serão iniciadas, ainda este mês, a concentração permanente, ao lado do novo estádio; um alojamento para as delegações visitantes, dotado de dormitório e restaurante, e as torres para a nova iluminação. As obras estão orçadas em vários milhões de cruzeiros, e segundo o pensamento do sr. Sebastião Pedrosa dentro de dois anos o Treze estará com 70% de suas novas instalações completamente prontas.

    FUTEBOL

    Ao lado da preocupação de nova campanha, os dirigentes trezianos estão cuidando da equipe de futebol, pois está dentro dos planos a conquista do campeonato do centenário. Por isso, a organização de uma grande equipe de futebol está sendo preparada. Acreditam que investirão cerca de 25 a 30 milhões de cruzeiros, que ao final esperam ser reembolsados, não só com a conquista do título, mas também, com a renda de jogos amistosos, temporadas, excursões e a Taça Brasil. A chefia do departamento está entregue ao ex-futebolista Buarque Gusmão, ex-dirigente do Campinense, que antes de ter dirigido outra agremiação, foi do Treze, como jogador e diretor". 

    Por fim, segue o recorte completo da notícia:


    Filho de Joaquim Ulisses Pedrosa (Quincas Pedrosa) e Francisca Pedrosa, dr. Sebastião, nasceu no dia 29 de maio de 1927, na Fazenda Pedras Altas, zona rural barrense. O mesmo faleceu em 04 de janeiro de 1971, sendo seu corpo sepultado no cemitério São Miguel de Barra de São Miguel - PB. Na matéria "Dr. Sebastião Pedrosa: Fragmentos de sua trajetória no Diário da Borborema" (que pode ser acessada neste link)  o leitor poderá conhecer mais um pouco de sua história.

    João Paulo França, 25 de junho de 2018

    Fonte:

    Diário de Pernambuco, nº 67, Ano 139, de 22 de março de 1964.

    O Cordel do "Boi mulatinho" de autoria de Didi Carneiro.

    A Literatura de Cordel sempre foi uma importante fonte de conhecimento da cultura e da memória de um povo, em especial, do nordestino. Neste sentido, conhecer cordéis que retratam uma região e um tempo específico, muito nos auxilia no estudo da história.
    Apesar de sua existência fazer parte da memória de moradores mais velhos de Barra de São Miguel, o Cordel "O boi mulatinho", de autoria de Didi Carneiro, pouco era conhecido pela nova geração. Na 1ª Feira Literária de Barra de São Miguel, realizada em 2014, foi recuperado e declamado por Ana Paula Ferreira Leite. No ano de 2015, cópias desta obra foram disponibilizadas para os participantes do evento.
    Nesta data, nosso site traz a versão desta 2ª impressão. Veja quantos personagens da história local são mencionados:

    Imagem 1 - Capa e contracapa da 2ª edição do cordel "O Boi mulatinho"

    Imagem 2 - Página 01

    Imagem 3 - Páginas 02 e 03

    Imagem 3 - Páginas 04 e 05

    Imagem 4 - Páginas 06 e 07

    Imagem 5 - Páginas 08 e 09

    Imagem 6 - Páginas 10 e 11
    Tem a versão original? Possuí alguma outra obra ou imagens da história de Barra de São Miguel? Compartilhe conosco.

    João Paulo França, 26 de março de 2018.


    *Atualização no dia 27 de março de 2018:

    Agradecemos a colaboração da Sra. Lucinalva Cordeiro, neta do Sr. Didi Carneiro, que nos enviou uma fotografia do referido autor do cordel "O Boi Mulatinho".

    Fonte:

    Acervo da Sra. Ana Paula Ferreira Leite.
    Acervo da Sra. Lucinalva Cordeiro

    Dr. Sebastião Pedrosa: Fragmentos de sua trajetória no Diário da Borborema

    Nesta data, nosso portal de memórias volta sua atenção para o Dr. Sebastião Pedrosa. Seu nome é lembrado em Barra de São Miguel no Posto de Saúde e em uma das ruas da cidade. Todavia, o mesmo também teve atuação destacada na cidade de Campina Grande e naquela urbe nomeia uma rua no bairro do José Pinheiro. Por hora, vejamos um registro deste barrense:

    Dr. Sebastião Pedrosa
    Há 30 anos, em 1988, o jornal Diário da Borborema trazia uma grande entrevista com a esposa do Dr. Sebastião Pedrosa, a Sra. Ísis Alves Pedrosa, que contava um pouco da vida deste médico barrense, radicado em Campina Grande. Vejamos a entrevista de 15 de maio de 1988:

    Diário da Borborema - 15 maio de 1988
    A seguir, vejamos a transcrição desta página:

    "Se ainda estivesse fisicamente vivo, o nosso homenageado de hoje, o Dr. Sebastião Pedrosa, continuaria, certamente, com a mesma conduta que o fez uma pessoa por demais querida em Campina Grande. Foi ele um médico por vocação, prestando sua assistência a todos que o procuravam, sem distinção de classes sociais. Antes de ser um excelente médico era um grande homem. O progresso da humanidade tem revelado em todas as áreas, competentíssimos profissionais que atuam movidos por personalidade distorcidas pela própria engrenagem do mundo. 
    No campo da saúde, tais deformações ressaltam-se de maneira mais chocante. A vida humana transformou-se numa mercadoria. Quando morreu em 1971, o dr. Sebastião Pedrosa deixou uma lacuna imensa na sociedade campinense, não apenas por ter sido uma pessoa de muitos amigos, um médico prestimoso e um chefe de família exemplar, mas, sobretudo, pela integralidade de seu caráter.
    Ao procurar dona Ísis Alves Pedrosa, sua viúva, para um diálogo aberto à respeito do que representou em vida, simplesmente queríamos solidificar a impressão que já tínhamos em relação a sua figura. E não nos decepcionamos.
    RD - Um dos grandes médicos que passaram por Campina Grande, deixando um legado de serviços prestados, foi sem sombra de dúvidas, o saudoso dr. Sebastião Pedrosa, nascido no dia 29 de maio de 1927, na Fazenda Pedras Altas em Barra de São Miguel, cidade do Estado da Paraíba. Para esta entrevista sobre a memória deste notável médico, convidamos a sua viúva dona Ísis Pedrosa, que vai falar do seu saudoso marido.
    RD - Donas Ísis, gostaria que a senhora falasse um pouco sobre sua pessoa, antes de nós entrarmos na conversa falando do dr. Sebastião Pedrosa.
    IP - Nasci aqui mesmo em Campina Grande, no dia 12 de julho de 1943. Meu nome completo é Ísis Alves Pedrosa. Minha infância foi por aqui mesmo, em Campina Grande. Quanto aos meus estudos, fiz minhas primeiras letras no colégio da Imaculada Conceição, Colégio das Damas, como é bem conhecido. Nesse colégio estudei até o curso científico, deixando de prosseguir com os estudos, devido ao meu casamento com Sebastião. Casei-me com 17 anos de idade. Daí o interrompimento dos estudos.
    RD - Bem, vamos agora falar sobre o dr. Sebastião Pedrosa, médico que dedicou a maior parte de seus conhecimentos médicos, em nossa cidade. Como a senhora conheceu o dr. Sebastião?
    IP - Conheci Sebastião aqui mesmo em Campina Grande. Nessa época, ele já estudava medicina no Recife, quer dizer, iniciou os estudos médicos no Recife, tendo concluído o curso na Bahia, na Faculdade de Medicina da Bahia. Então, nas suas vindas para cá em férias, fui apresentada a ele pelo seu colega, o dr. José Gaudêncio. Daí passamos a nos namorar, até que um dia chegou a hora do casamento. Passamos seis anos namorando, e nos casamos no ano de 1954, quando ele já clinicava por aqui, vindo recentemente da Bahia, onde se formara no ano de 1953.
    RD - Como se chamavam os pais do dr. Sebastião Pedrosa?
    IP - Joaquim e Francisca Pedrosa
    RD - Vejamos agora. dona Ísis, os primeiros passos dados pelo dr. Sebastião Pedrosa.
    IP - Bem, o aprendizado das primeiras letras de Sebastião, acredito que tenha sido em Barra de São Miguel, sua terra natal. Agora, os estudos mesmos, propriamente ditos, foram iniciados em Campina Grande, tendo concluído o curso Ginasial, no Colégio Pio XI, indo posteriormente para a cidade do Recife, Pernambuco, onde fez o Curso Científico, no colégio Nóbrega, preparando-se em seguida para o Vestibular, que era um pouco diferente dos vestibulares que se faz em hoje em dia, quer dizer, era um vestibular mais rigoroso, onde se exigia do aluno, grandes conhecimentos. Mas, Sebastião soube superar os obstáculos e conseguiu passar no Vestibular de Medicina, tendo se tornado um grande médico, cujos conhecimentos, nesta área, foi de muita valia para os enfermos não só de Campina Grande, como também de outras cidades vizinhas que aportavam aqui em busca de seus socorros.
    RD - Donas Ísis, a senhora poderia assim nos dizer qual teria sido o grande professor da formação escolar do dr. Sebastião Pedrosa?
    IP -Ele sempre falava para mim, que tinha sido o dr. João Calmon, grande professor da Faculdade de Medicina da Bahia, que, segundo Sebastião, foi seu grande mestre e incentivador. O dr. Calmon, deu uma grande contribuição para que Sebastião se tornasse um médico, como ele foi.

    RD - Logo após a sua formatura, para onde foi o dr. Sebastião Pedrosa?
    IP - Após concluir o curso médico em 1953, Sebastião foi interno do Hospital das Clínicas da Bahia, especializando-se em Cirurgia e Proctologia. Depois de passar um ano neste hospital, ele regressou à Campina Grande, indo exercer sua profissão no Hospital Pedro I, primeiro nosocômio campinense onde prestou seus serviços médicos. Foi ainda, graças a seus profundos conhecimentos clínicos e sua grande dedicação pelos doentes, que chegou a Chefe da Clínica do Hospital de Pronto Socorro e integrante do corpo médico do antigo SAMDU e do IPASE, tendo sido também médico oficial do Colégio Redentorista.

    RD - Sem falarmos nos serviços prestados no campo da medicina pelo referido médico, que contribuição deu o dr. Sebastião a nossa cidade, do qual talvez ele se orgulhava? 
    IP - O grande sonho de Sebastião, já bem perto de contrair a "maldita" doença que o vitimou, foi sem sombra de dúvida a clínica que ele fundou de Fisioterapia e Reabilitação, que ele mesmo dizia a todos que era o seu maior orgulho como profissional da medicina.

    RD - Mesmo radicado em Campina Grande como sempre foi, o dr. Sebastião Pedrosa deu também sua contribuição a sua terra natal, Barra de São Miguel, não foi?
    IP - Antes de morrer, mesmo com muito trabalho em Campina Grande, Sebastião exercia em Barra de São Miguel, a destacada função de presidente do setor local da Campanha Nacional de Escolas da Comunidade.

    RD - Dentre seus colegas de turma de curso médico, que terminaram com ele, existe algum em Campina Grande, exercendo as funções de Médico?
    IP - Existe José Gaudêncio, Hermano Cruz, Zé Vilar, dentre outros que terminaram com ele, que acredito estejam em Campina Grande.

    Como podemos observar, a entrevista tem outra página, porém, ainda não tivemos acesso ao seu conteúdo completo.

    João Paulo França, 19 de janeiro de 2018

    Fonte:

    Diário da Borborema, Suplemento Tudo, de 15 de maio de 1988

    1971 - A Conclusão da Primeira Turma da CNEC de Barra de São MIguel - PB.

    O ano de 1971 foi emblemático para a educação de Barra de São Miguel: conclusão da primeira turma do Curso Ginasial da CNEC - Campanha Nacional de Escolas da Comunidade. Hoje, esta formação equivaleria ao Ensino Fundamental II. Nesta matéria veremos imagens da turma pioneira e também a repercussão da homenagem prestada ao médico Sebastião Pedrosa, falecido em 1971 e lembrado na Colação de Grau, ocorrida em 04 de dezembro daquele ano, noticiada no Jornal da Paraíba.
    Inicialmente, vejamos um quadro marcante da turma:

    Imagem 1 - Turma da CNEC, concluinte em 1971 - Fonte: Evandro Pinto
    A seguir, vejamos como a formatura foi noticiada no dia 16 de dezembro de 1971 no Jornal da Paraíba:

    Imagem 2 - Jornal da Paraíba

    Médico Sebastião Pedrosa teve memória reverenciada em Barra

    BARRA DE SÃO MIGUEL (Do correspondente) - Grandes festividades foram realizadas quando da colação de grau dos alunos concluintes do Ginásio Thomaz de Aquino, nesta cidade no último dia quatro do mês corrente.
    A turma pioneira do Ginásio foi denominada de turma Dr. Sebastião Pedrosa, em homenagem àquele que um dos oradores conseguiu dizer que "foi quem acendeu o facho de uma nova era em sua terra natal e sabemos com quanto amor e com que desprendimento, ao lado do seu sobrinho, também incansável batalhador, o jovem Zulamar Pedrosa".
    Na ocasião da colação de grau estiveram presentes o deputado José Braz do Rêgo, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado; o deputado Inácio Bento, patrono da turma; o sr. Hélio Pinto da Silva, paraninfo; sra. Isís Alves Pedrosa; sr. José Pinto da Silva, prefeito local, além de familiares do homenageado pela turma.
    O extinto homenageado teve na palavra do padre Paulo Roberto o agradecimento em nome da família pela homenagem prestada, que incitou aos habitantes de Barra de São Miguel, "que unidos, embora com sacrifícios não deixem que aquela luz se apague, porque se isto acontecer a nova geração jamais os perdoará, Barra de São Miguel, representada pelo seu povo, o nosso mais sincero e eterno agradecimento".

    Pelo número de autoridades presentes, tanto políticas, quanto religiosas, bem como pessoas da família do Dr. Sebastião Pedrosa, a exemplo da viúva, a sra. Ísis Alves Pedrosa, podemos perceber como esta cerimônia foi concorrida naquele mês de dezembro de 1971. Para finalizar, vejamos mais um registro desta turma:

    Imagem 3 - Fotografia realizada no Clube Diversional Cariri - Fonte: Evandro Pinto
    Você está presente nestas fotografias? Reconhece alguns dos formandos (as)? Se desejar, divida conosco este conhecimento.

    João Paulo França, 16 de janeiro de 2017.

    Fonte:

    Imagens de Rede Social de Evandro Pinto
    Acervo do Jornal da Paraíba do dia 16 de dezembro de 1971.

    Leia também:

    1948 - Vaquejada em Potira - PB

    A cultura do interior nordestino sempre foi muito atrelada à agricultura e a pecuária. Neste cenário, o trabalho cotidiano com o gado sempre garantiu o sustento e em alguns momentos também a diversão para camadas significativas da população.
    Voltamos nesta data ao ano de 1948 para observar uma imagem emblemática de um dos lazeres de "Potira" naquela época:

    Imagem 1 - Acervo da Sra. Maria de Mário
    Segundo a sra. Mária de Mário, esta imagem foi realizada no ano de 1948, ao lado de sua residência que fica em frente a prefeitura municipal de Barra de São Miguel, portanto, tal fotografia foi realizada no início da rua onde hoje conhecemos por João Pinto da Silva. Para a nossa entrevistada, este registro foi feito por ocasião de uma "vaquejada" que era realizada no lugar. Entre os vaqueiros, a sra. Maria de Mário reconhece o Sr. José Pedrosa (1918-1997), que está em pé no lado direito, com peitoral de couro. No verso desta fotografia, temos a seguinte inscrição:

    Imagem 2 - Recorte do verso da fotografia 1
    De forma manuscrita é possível ler:
    "Vaquejada de 1948 em Potira"
    Conjecturamos que tal data está correta em virtude do ano de nascimento do sr. José Pedrosa, 1918, e que na imagem estaria com aproximadamente 30 anos de idade. Também é importante lembrar que de 1943 a 1961, o lugar "Barra de São Miguel" era oficialmente nomeado por "Potira".

    Quem seriam os demais vaqueiros?

    João Paulo França, 25 de setembro de 2017.

    Fonte:
    Acervo e entrevista com a Sra. Maria José Corrêa de Araújo (Maria de Mário), concedida em 11 de julho de 2016.

    É festa no Mercado Público de Barra de São Miguel - PB

    O Mercado Público de uma localidade de interior, a exemplo de Barra de São Miguel - PB, não é apenas um centro econômico. O mesmo também é o coração dos divertimentos e eventos que quebram a rotina da região.
    Nesta data, nosso portal apresenta uma fotografia onde diversas personalidades barrenses se fazem presentes. Infelizmente, não temos ainda a confirmação do evento que originou a seguinte imagem, que conjecturamos ser da década de 1970.

    Fotografia 1 - Acervo de Clemilton Truta
    Como podemos observar, trata-se de uma imagem pousada, onde todos os participantes se voltam para a lente do fotógrafo. Entre os que estão retratados, há cidadãos como o Sr. Pedrosinha e Sras. como Guida Hóstio. Se desejar, nos auxilie a conhecer outros personagens da fotografia.

    A seguir, vejamos uma ampliação, onde temos uma pista do período deste retrato:

    Fotografia 2 - Destaque para a fachada do Mercado Público

    Apesar do desgaste natural do tempo, vemos em destaque a propaganda política do candidato estadual Ruy Carneiro. Tendo em vista que o mesmo disputou vários pleitos, não temos como precisar a qual eleição tal propaganda se refere, todavia, aproveitamos o momento para mostrar que o mesmo andou visitando a Barra de São Miguel, conforme nos diz o Diário de Pernambuco de 04 de novembro de 1970:


    Diário de Pernambuco - 04 de novembro de 1970
    No incio da reportagem lemos: "O Senador Ruy Carneiro regressou de uma excursão ao Cariri, aonde fôra em companhia de Humberto Lucena, Argemiro de Figueiredo, João Fernandes de Lima, Petrônio Figueiredo e outros líderes do MDB, realizando comícios e contactos com o povo daquela zona. Além de Boqueirão, Barra de São Miguel, Congo e Serra Branca (...)".
    Ainda sobre Ruy Carneiro, temos as seguintes informações no site do CPDOC:
    "Reeleito senador pela quarta vez em novembro de 1974, Rui Carneiro iniciou o que seria seu último mandato em fevereiro de 1975 como suplente do primeiro-secretário do Senado. Ainda nesse ano, foi eleito titular da Comissão de Finanças e suplente da Comissão de Legislação Social e Saúde. Durante sua permanência no Senado, Rui Carneiro caracterizou-se como getulista, tendo pronunciado discursos anuais em memória do ex-presidente. Faleceu em Brasília em 20 de julho de 1977, sendo sua vaga no Senado preenchida por Evandro de Cunha Lima." 
    Desta forma, podemos afirmar que a imagem festiva da abertura desta matéria aponta para um período provavelmente anterior ao ano de 1977, haja vista ter sido este o ano de falecimento do político estampado no mercado público local.
    Para finalizar, mencionamos a informação que o prédio do Mercado Público de Barra de São Miguel foi adquirido pelo município junto ao Major Eduardo pelo prefeito Edson Correa de Araújo (1952-1955), no período em que a localidade ainda pertencia a Cabaceiras. O referido prédio foi restaurado pelo prefeito Cacildo Guedes de Medeiros Correa no período de sua administração (1973 - 1976)

    João Paulo França, 13 de setembro de 2017

    Fonte:

    Acervo de José Clemilton Truta
    CPDOC. Disponível em http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-biografico/carneiro-rui-1
    Diário de Pernambuco, de 04 de novembro de 1970.
    Informações da Placa de reinauguração do mercado público de Barra de São Miguel-PB. 

    Desfile cívico na década de 1960 em Barra de São Miguel - PB (Parte 2)

    Nesta data nosso site prossegue apresentando imagens emblemáticas de um dos desfiles cívicos de Barra de São Miguel, na década de 1960, provavelmente em 1964 ou 1965. Lembramos que trata-se de um importante acervo que nos foi gentilmente cedido pela sra. Maria de Mário, professora e diretora aposentada da escola Melquíades Tejo. 
    Vejamos um pouco do passado, não só da educação, mas também de cenários urbanos de Barra de São Miguel da referida década de 1960:

    Fotografia 1 - Acervo da Sra. Maria de Mário
    Ao observarmos as imagens deste matéria devemos ter em mente que Barra de São Miguel na década de 1960 era uma cidade recém emancipada politicamente (1961) e ainda possuía uma zona urbana bem diferente da que estamos acostumados a caminhar no tempo presente. Nesta fotografia 1 vemos o ordenado pelotão de estudantes em uma "rua" onde a grande cerca de aveloz era a paisagem principal.
    A seguir, observemos mais uma imagem:

    Fotografia 2 - Acervo da Sra. Maria de Mário
    Este cenário da fotografia 2 é bem conhecido dos barrenses, inclusive tais residências mantiveram até poucos anos tal formato. Nos dias atuais, esta é a Rua Tenente Pedrosa, do lado direito de quem observa a igreja Matriz de São Miguel Arcanjo. Nesta imagem, além de um dos caminhões existentes na cidade, vemos o pelotão de meninas a participar do desfile cívico.

    Fotografia 3 - Acervo da Sra. Maria de Mário
    Como já explicamos na parte 1 desta série, o mestre da filarmônica São Miguel, Braz Ferreira Campos, auxiliou a equipe escolar na organização do desfile cívico. Nesta fotografia 3 o mesmo pousa para câmera ao lado de diversos estudantes. Infelizmente, não conseguimos definir o cenário da imagem.
    Fotografia 4 - Acervo da Sra. Maria de Mário
    Nesta fotografia 4 vemos mais uma vez as estudantes em pouse ao lado do "mestre Braz". Segundo nossa entrevistada, tal cenário urbano poderia ser na região por trás da escola Melquíades Tejo.
    A seguir, vejamos mais imagens deste desfile cívico:

    Fotografia 6
    Fotografia 5
    A criatividade e disposição de fazer um belo espetáculo cívico era o desejo, segundo a Sra. Maria de Mário, de toda a equipe escolar. Neste sentido, cartazes, adereços e coreografias básicas foram ensaiados e apresentados para a comunidade. Nas fotografias 5 e 6 vemos as alunas a apresentar um pouco deste trabalho.

    Fotografia 7 - Acervo da Sra. Maria de Mário
    Por fim, vemos mais uma fotografia com destaque para estudantes que estavam a participar deste momento da educação de Barra de São Miguel nos anos 1960.

    Para ver mais imagens e um pouco da história escolar da Sra. Maria de Mário, professora e gestora aposentada que nos cedeu este acervo e informações, acesse no link abaixo a parte 1 desta série.


    João Paulo França, 06 de setembro de 2017.

    Fonte:

    Acervo e entrevista com a Sra. Maria José Corrêa de Araújo (Maria de Mário), concedida em 11 de julho de 2016.

    Desfile cívico na década de 1960 em Barra de São Miguel - PB (Parte 1)

    A tradição de celebrar a semana da Pátria e os desfiles cívicos em Barra de São Miguel - PB vem de longa data. Nesta matéria, nosso site apresenta a primeira parte de uma série de fotografias que nos foram gentilmente cedidas pela Sra. Maria de Mário, professora e diretora aposentada da Escola Melquíades Tejo de Barra de São Miguel. 
    Com certeza os moradores locais que estudaram e trabalharam no conhecido "Grupo do Estado" nos anos 1964 e 1965 fazem parte destas imagens a seguir:

    Fotografia 1 - Acervo da Sr. Maria de Mário
    Nesta bela imagem inicial, com a rua ainda sem calçamento, temos à frente da Escola Melquíades Tejo, onde vemos populares encostados na mureta da escola, observando os alunos destaques com o pavilhão. Também há estudantes com instrumentos, provavelmente para marcar o passo do desfile.

    Fotografia 2 - Acervo da Sr. Maria de Mário
    Nesta segunda imagem, destacamos a separação de pelotões do desfile cívico barrense. Percebemos que a utilização de animais no desfile vem de longa data. Um grande carneiro é ladeado pelos estudantes, fazendo parte também do evento.

    Fotografia 3 - Acervo da Sr. Maria de Mário
    Observando a divisão por sexos, observamos nesta imagem 3 o pelotão formado pelos meninos, estudantes da escola Melquíades Tejo.

    Fotografia 4 - Acervo da Sr. Maria de Mário
    Nesta imagem 4, observamos o pelotão de alunas. Ao fundo, a bandeira se encontra hasteada na fachada do grupo escolar.

    Fotografia 5 - Acervo da Sr. Maria de Mário
    Com um cartaz escrito "Homenagem ao prefeito Ismael Samarco" vemos um estudante à frente de um pelotão, com outra estudante "fantasiada" de indígena. Desta forma, temos uma pista da forma como os desfiles cívicos eram pensados e organizados na época. O cartaz de certo modo nos indica o período de organização do evento. Vale destacar que o Sr. Ismael Mahon foi o primeiro prefeito eleito de Barra de São Miguel, governando de 1962  a 1967.

    Fotografia 5 - Acervo da Sr. Maria de Mário
    Segundo nossa entrevistada, nesta imagem temos a presença de estudantes acompanhadas do Sr. Braz Ferreira Campos, maestro da Sociedade Musical São Miguel que veio da cidade de Caruaru - PE para reabrir a filarmônica local em 1964. Desta forma, os trabalhos e conhecimentos do "Mestre Braz" também foram utilizados para organizar o desfile e garantir a "ordem" e "disciplina" dos pelotões, atributos compreendidos como fundamentais no período para êxito do desfile cívico.
    Para finalizar, vejamos um pouco da história escolar da Sra. Maria José Corrêa de Araújo, conhecida carinhosamente como Maria de Mário, ex-professora e ex-diretora da Escola Melquíades Tejo, que nos recebeu em sua residência atual, em Santa Cruz do Capibaribe - PE, para uma entrevista no dia 11 de julho de 2016 e nos forneceu as imagens e informações que utilizamos nesta matéria.

    Maria José Corrêa de Araújo, é filha de Mário Corrêa de Araújo e Ana Pedrosa Ferreira Corrêa de Araújo, nascida em 1931, na fazenda Bichinho, zona rural de Barra de São Miguel - PB. A mesma nos relata que sua infância foi nesta localidade, de onde saiu para estudar o magistério na cidade de Vitória de Santo Antão - PE, por seis anos no colégio Nossa Senhora das Graças (Colégio das Damas). Concluídos os estudos, a mesma regressou para a casa de seus pais e, após quatro anos, sob a influência do Sr. Abílio Pedrosa, a Sra. Maria José Corrêa de Araújo foi nomeada em 26 de abril de 1957 como professora na Escola Alcides Bezerra, de Cabaceiras. 
    Segundo a Sra. Maria de Mário, a oportunidade de lecionar na Barra de São Miguel veio a partir do título de Miss Paraíba de Margarida Vasconcelos, pois a tia desta, Socorro Vasconcelos, que era professora na escola Melquíades Tejo, teve que se mudar com a miss para João Pessoa, deixando assim uma lacuna na "cadeira" da escola local. 
    Em 26 de fevereiro de 1958, a Sra. Maria de Mário foi transferida para a Escola Melquíades Tejo, de Barra de São Miguel. Neste ambiente escolar a mesma passou praticamente toda a sua vida profissional. Em 13 de outubro de 1964 a mesma foi alçada ao cargo de diretora desta escola barrense, ocupando o cargo até conseguir sua aposentadoria, em 01 de dezembro de 1981. 
    Com certeza, a Sra. Maria de Mário, bem como outras professoras e professores muito se esforçaram no sentido de, não só ensinar a formação básica escolar, mas também criar e manter vivas as tradições locais, a exemplo de comemorações de nosso calendário e dos desfiles cívicos, que em breve postaremos mais imagens e informações. 


    João Paulo França, 04 de setembro de 2017.


    Fonte:

    Acervo e entrevista com a Sra. Maria José Corrêa de Araújo (Maria de Mário), concedida em 11 de julho de 2016.