João Paulo França, 17 de junho de 2020.
História local e regional, com enfoque na cidade de Barra de São Miguel - Paraíba
FLIBARRA EM CASA já tem nova data: 19 de junho!
João Paulo França, 17 de junho de 2020.
FLIBARRA - Galeria de cartazes.
Aderindo a marca "FLIBARRA", em 2018 o evento passou a ter o nome de "Festival Literário de Barra de São Miguel". Neste ano o tema foi: "Construindo o futuro com as memórias do nosso povo", com homenagem aos artistas e personalidades da terra.
Com o tema "Volta e meia vamos dar e do folclore brasileiro muitas histórias vamos contar", em 2019 a FLIBARRA chegou a sua sexta edição.
Ano VII - 2020
Ano VIII - 2022
No ano de 2022 o FLIBARRA - Festival Literário de Barra de São Miguel - teve a sua oitava edição realizada nos dias 10, 11 e 12 de novembro de 2022. O tema do evento foi "Da Literatura ao Empreendedorismo: o universo de possibilidades que há em nós".
Ano IX - 2023 -
"Sob os céus do Cariri o empreendedorismo é social, o vaqueiro se moderniza e o interior vira rota turística". Este foi o tema do IX FLIBARRA - Festival Literário de Barra de São Miguel - realizado nos dias 09, 10 e 11 de novembro de 2023.
Ano X - 2024 -
No ano de 2024 o Festival Literário de Barra de São Miguel chegou a 10 edições, com o tema: "Da feira ao festival: Arte, cultura e educação, fazendo história, gerando transformação". O evento ocorreu nos dias 7, 8 e 9 de novembro.
Esta é uma matéria em constante atualização. Vida longa ao FLIBARRA!
João Paulo França, 02 de dezembro de 2024
Flibarra em Casa: Lançamento de obras da Biblioteca Virtual de Barra de São Miguel-PB
Aproveite e se inscreva no Canal da FliBarra no Youtube e não perca nenhum detalhe deste momento.
João Paulo França, 28 de maio de 2020
Robgol: Uma trajetória vitoriosa!
Como todo bom craque do futebol brasileiro ao longo do século XX, Róbson também deu seus primeiros passos nos campos de terra batida, jogando peladas com familiares e amigos que viam no futebol uma diversão ou atração de fim de semana. Foi nesta escola que desenvolveu habilidades, perseguiu objetivos esportivos e despertou para o sonho de se tornar um jogador profissional.
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Imagem 1 - Década de 1980 - Bangu de Barra de São Miguel-PB |
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Imagem 2 - S.E. Ypiranga - Blog de Lenivaldo Aragão |
Partindo para Recife
Muito jovem, com certeza ser aceito em um clube profissional foi apenas uma primeira barreira que teve que vencer. A distância, as necessidades inerentes a condição financeira, a saudade de casa também foram obstáculos que driblou no mundo extracampo.
Dentro das quatro linhas, a partir de 1987 começamos a acompanhar sua trajetória, nem sempre linear, sem se firmar desde o começo nas agremiações. Pelo contrário, vamos encontrar na carreira de Robson a passagem por mais de uma dezena de clubes e cidades de norte a sul do Brasil e no exterior, porém, sempre ousando e enfrentando novos desafios.
Os primeiros anos de atleta profissional
- “Comecei no Náutico, em 1987, onde fiquei por 11 anos. Fui emprestado algumas vezes, mas sempre voltava. Por ser um jogador da terra, não tinha muito prestígio e era mantido no banco. Mesmo assim, fui artilheiro do time no Campeonato Brasileiro. Fui para o Mirassol, do interior de São Paulo, joguei no Potiguar, no Mac, do Maranhão, onde fui campeão e artilheiro com 19 gols. Em 1996, retornei novamente ao Náutico, onde o Levi Gomes, técnico da época, me deu chance. Fui artilheiro do Campeonato Pernambucano. Tenho muito carinho pelo Náutico” (GE/PA, 2014).
No princípio da carreira, Robson se tornou parte do patrimônio do Náutico, em uma época que o passe do atleta era preso a um clube específico. É nesta condição que vamos encontrar suas passagens pelo clube alvirrubro entrecortadas com empréstimos para outras agremiações.
Em 1989, Robson participa do Campeonato Pernambucano profissional defendendo o modesto time do Paulistano, clube da cidade de Paulista, na região metropolitana de Recife.
Já no ano de 1990 encontramos Robson atuando pelo Náutico na Copa São Paulo de Futebol Junior. Eis o que fala o treinador Pedro Manta em 2002: “No time de 90 tínhamos Robgol, Lau e Possi. Robgol foi uma grande revelação do Náutico. Esperamos que vários dos nossos garotos se destaquem desta vez.” (NauticoNet, 2002).
De 1990 a 1992, os “Aflitos” passa a ser a casa de Robson, com atuações destacadas pelo “Timbu” pernambucano. A partir de 1993 começa suas andanças para fora de Pernambuco. Inicialmente Robson vai para clubes do interior paulista, onde atuou pelo Mirassol e Independente de Limeira. Do time do Mirassol de 1993, temos esta imagem:
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Imagem 3 - Mirassol - 1993 - Acervo de Edilene Truta |
Após atuar nestas agremiações, Robson volta ao Nordeste. Uma das equipes que jogou foi o modesto time potiguar do Currais Novos, em 1994. Desta passagem temos este registro:
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Imagem 4 - Currais Novos - 1994 - Blog Anotando Futebol |
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Imagem 5 - Nacional - 1995- Acervo de Edilene Truta |
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Imagem 6 - Maranhão A. C. - 1995 - Blog do Terceiro Tempo |
Os gols já eram uma rotina na vida de Robson. Porém, como sabemos, sua criatividade também foi fora das quatro linhas, criando frases e palavras de efeito. Assim, segundo o próprio atleta, o apelido “Robgol” surgiu em 1996 quando defendia o Náutico.
Em tom de brincadeira, antes de um clássico contra o Santa Cruz, avisou que uma “novidade estava para surgir”. Neste jogo, após marcar os dois gols na vitória por 2 a 1, disse aos jornalistas que a partir daquele momento seria o “Robgol”, uma comparação com o apelido de “Batigol”, como na época era chamado o famoso artilheiro argentino Batistuta. Surge aí um dos nomes de atacante mais utilizados pela imprensa nacional.
Naquele ano de 1996 tornou-se o artilheiro do Campeonato Pernambucano, com 19 gols.
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Imagem 7 - Náutico - 1996 - Blog Anotando Futebol |
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Imagem 8 - S.C.Internacional - 1997 |
Robgol assim explicava o mito do “vestibular” que a imprensa gaúcha nomeou sobre a disputa pela titularidade no Internacional de 1997, que era treinado pelo técnico Celso Roth. Robgol teve que disputar vaga com Washington, o Coração Valente, Alberto, ex-Santos, e Christian, que depois chegou a atuar com a camisa da Seleção Brasileira.
Em 1999, mais uma capital nordestina: artilheiro em Natal-RN
Após 11 anos com passe preso ao Náutico, em 1999 finalmente o artilheiro alça diferentes caminhos administrativos na carreira, desta feita sem ser emprestado pelo alvirrubro. Novos desafios se impunham e é neste cenário que Robgol parte para mais uma capital nordestina: Natal, no Rio Grande do Norte.
Em 1999, Robgol se tornou artilheiro e ídolo no ABC, o campeão potiguar daquela temporada. O Time tinha por base Schumacher, Humberto, Rau, Mário César e Quinho (Joãozinho); Ivanildo, Marcelo Vila, Evandro (Jamur) e Tecy; Sérgio Alves (Elias) e Róbson. O Técnico era Ferdinando Teixeira. Sem seguir a ordem mencionada, vejamos uma imagem deste time campeão:
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Imagem 9 - ABC de Natal |
Após ser destaque no ABC, Robgol ruma no ano 2000 para o Botafogo do Rio de Janeiro. Infelizmente, não teve oportunidades e acabou deixando o clube poucos meses após sua chegada e foi para o Santa Cruz, para disputa da Copa João Havelange. No início de 2001 retorna para o time da estrela solitária, como podemos atestar pelo Jornal do Brasil de 09 de janeiro de 2001:
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Imagem 10 - Jornal do Brasil/RJ |
Robgol mais uma vez em Pernambuco
Em 2000, após a primeira passagem sem oportunidades no início do ano pelo Botafogo, Robgol partiu para mais um desafio: voltar à Recife, porém, desta feita para defender o time tricolor do Arruda, o Santa Cruz que disputaria o controverso campeonato brasileiro daquele ano, que se chamou Copa João Havelange. Desta passagem, temos a imagem seguinte:
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Imagem 11 - Santa Cruz de Pernambuco |
- "Tive oportunidades de jogar contra o Bahia, principalmente pelo ABC. De lá surgiu o interesse. Antes do Bahia, houve o interesse do Botafogo, onde passei três meses, mas não joguei. Aí fui para o Santa Cruz, onde me destaquei na Copa João Havelange e retornei para o Botafogo. Um mês depois, Houve uma ligação do professor Evaristo, perguntando se eu tinha interesse de jogar no Bahia. Por ser do interior, escutava a rádio Sociedade da Bahia e ouvia falar do Bahia. Eu já tinha o desejo de jogar no Bahia. Depois dessa ligação do Evaristo, o doutor Paulo (Paulo Maracajá) me ligou e acertamos". (GALÁTICOS ONLINE, 2020).
Como já mencionado, foi no Bahia que Robgol teve grandes conquistas: um Bicampeonato da Copa do Nordeste, em 2001 e 2002 e o título Baiano de 2001. Pelo tricolor baiano teve ótima fase, marcando 53 gols ao todo. Vejamos uma dessas conquistas:
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Imagem 12 - Bahia |
A vida estável em Salvador, somada a questões particulares fazia Robson ter este pensamento inicial, mas que foi logo suplantado pela marcante trajetória no time paraense. Fez história com atuações marcantes na Libertadores de 2003, marcou sete gols na competição e foi um dos destaques da equipe. Em uma segunda passagem pelo “papão” viria a ser vice-artilheiro no Brasileirão de 2005 com 21 gols, sendo suplantado por Romário apenas na última rodada.
Dos tempos de Paysandu, com certeza a imagem a seguir é uma das mais marcantes, quando o time venceu no jogo de ida das oitavas-de-final da Taça Libertadores o temível Boca Juniors, em La Bombonera, na Argentina.
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Imagem 13 - Paysandu - 2003 |
Robgol acabou sendo contratado pelo Oita Trinita, um clube da primeira divisão japonesa. Porém, mais uma vez Robson teve dificuldades em se firmar na equipe. O atacante ficou cinco meses no país. No período, disputou apenas duas partidas inteiras e marcou quatro gols. Na época o atleta falou à Folha de S. Paulo: "O futebol de lá é muito difícil. Eles só dão chutão para a frente, e o treinador não tinha esquema nenhum”. (FOLHA DE S. PAULO, 2004). Ainda sobre o clube e a vida no Japão, Robson declarou:
– "A proposta era tão boa que me esqueci de perguntar a situação do time lá (a equipe estava entre os últimos colocados da Liga Japonesa). Se soubesse, nem tinha saído do Paysandu, até mesmo pela temporada, que não foi boa. Fiz alguns gols e depois fui para a reserva. Alguns clubes quiseram me contratar depois, mas não me liberaram. Fiquei por lá. Estava bem de qualquer jeito. Ganhava um caminhão de dinheiro e vivia num país maravilhoso. Pensei em ficar por lá a minha vida inteira". (GE/PA, 2017).
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Imagem 14 - Santos - 2004 - Gazeta Press |
– “No Santos, a parceria com o Robinho e Diego foi legal demais. Os meninos me ajudavam da melhor forma. O grupo em si era muito legal. Nessa época tive um problema com a Luiza, minha filha que nasceu prematura. Nisso, treinava e ia para o Rio de Janeiro vê-la. Passei por uma seca de gols. Quando marquei, a alegria dos meninos era contagiante. E tinha o Leão, que também me entendia e dava todo o suporte para mim”. (GE/PA 2014).
Para ficar mais perto da família o atacante acabou deixando o Santos em março de 2004 e voltou a atuar em Pernambuco, desta feita defendendo o Sport Club do Recife, no Brasileirão da Série B daquele ano.
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Imagem 15 - Sport Recife - Fanpage Robgol Eternamente |
Em setembro de 2004 deixou a Ilha do Retiro e atravessou o país para atuar na primeira divisão pelo Juventude de Caxias do Sul, clube que encerrou aquela movimentada temporada.
De volta ao Paysandu: apoteose e aposentadoria de Robgol
Em janeiro de 2005 o Paysandu repatria Robgol. Começava aí o ciclo final da carreira do ídolo “bicolor”. E esta volta foi muito especial, com o clube conseguindo a hegemonia nos anos de 2005 e 2006 no Campeonato Paraense.
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Imagem 16 - Paysandu - 2005 |
Antes, no ano de 2006 decidiu entrar na vida política. No pleito daquele ano foi eleito deputado estadual pelo PTB do Pará, com 33.400 votos. Boleiro de frases emblemáticas, afirmava sua paixão pelo estado nortista e a forma como a população o conhecia: "no Pará, ninguém é mais popular que o Círio de Nazaré, Calypso e Robgol".
Vida que segue...
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Imagem 17 - Robgol e sua mãe, Dona Nita Fanpage Robgol Eternamente |
Enfim, a vida segue fora dos gramados com as atuações em partidas beneficentes, engajamentos em campanhas e atendimento de sua legião de fãs, em especial dos clubes que mais se destacou, Bahia e Paysandu, sem deixar de mencionar o carinho pelo Náutico e demais agremiações que foi bem recebido pela torcida.
Ressaltamos que há muitas histórias interessantes dessa relação de Robgol com os gramados e com sua terra natal, que certamente ainda estão por ser contadas. Por hora, parabenizamos mais uma vez o atleta de maior destaque que este torrão caririzeiro já presenciou jogar.
João Paulo França, 12 de maio de 2020.
BLOG DE LENIVALDO. www.blogdelenivaldoaragao.com.br/2019/08/ypiranga-abriu-as-portas-para-o.html Acesso em 12 mai. 2020.
FOLHA DE SÃO PAULO. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/folha/esporte/ult92u69669.shtml. Acesso em 12 mai. 2020.
PAYSANDU. Site Oficial. Disponível em: http://www.paysandu.com.br/noticias/5861/para-ficar-sempre-perto-do-paysandu-torcedor-supera-dificuldades-de-locomocao?pagina=155. Acesso em 12 mai 2020.