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Dona Carminha em sua janela. Acervo de André da Costa Pinto |
Primogênita
do casal barrense Inácio Zeferino e Vertulina Costa, Maria do Carmo da Costa Farias, mais conhecida por “Carminha de
Zezinho de Joca” ou “Tiinha”, nasceu no dia 15 de novembro de 1922. Herdara da
mãe à sensibilidade e o gene artístico. Dona Vertulina era artesã e produzia
gravuras em tapeçaria.
Dona Carminha escolheu os palcos para dar vida ao seu
talento, porém por trás das coxias; escrevia, produzia e dirigia suas histórias,
mais conhecidas por Dramas, que eram encenações teatrais cantadas, creio que herança
das operetas antigas (tradicionais da Itália, trazidas para o Brasil pelos
Portugueses) algo que nas décadas de 50, 60, 70 e 80 era muito ousado até para
os grandes centros brasileiros, que dirá para pequenas comunidades.
Até os anos
50 a televisão nem havia chegado a terras Tupiniquins e até a década de 80 era
algo muito rara nos lares, sendo o teatro desde os primórdios da sociedade
grega antiga, uma ferramenta de entretenimento e acima de tudo um indicativo de
formação cultural, desenvolvimento intelectual e requinte para quem produzia e
para quem consumia, então Barra podia orgulhar-se!
No inicio apenas mulheres
podiam participar do elenco, mais tarde, o espaço foi aberto para participação
masculina. Entre os filhos da terra que encenavam essas histórias, estavam
Maria de Geni, as irmãs Mira e Mazé de Biino, Edizia Pinto, Ricardo Procópio,
dentre outros.
Também teve um ativismo importante na organização da vida social
de Barra. Era ela quem decorava os espaços onde aconteciam as festas (e levando
em consideração que nossa cultura religiosa é muito forte até hoje) produzia
também as decorações da igreja durante “noiteiros” de maio, festas de São
Miguel, Natal, Casamentos, Primeiras Eucaristias, Batizados e Bailes de
Carnaval.
Boleira de mão cheia tinha seu famoso “Glacê Branco” como um dos mais
desejados, dando sabor e beleza artística aos bolos partidos durante tais
festas. Entre os anos de 50 a 80 idealizou os concursos de Miss Barra de São
Miguel, além de produzir os Pastoris que davam cor e voz às noites de Natal.
Nos
últimos anos de vida, foi memória viva quanto fonte de pesquisa da vida
cultural, social, política e genealógica das histórias vivenciadas no século XX
nessa terra do Cariri Paraibano.
Fonte:
André da Costa Pinto (Neto)
Pesquisa:
Secretaria de Educação.
1 - Esta Biografia e as demais desta série foram produzidas pela Secretaria Municipal de Educação de Barra de São Miguel para a V FLIBARRA - Festival Literário de Barra de São Miguel - realizada entre os dias 17, 18 e 19 de maio de 2018. Agradecemos a Sanção Lins que gentilmente nos cedeu as pesquisas apresentadas no evento.